David Bruno: um golo tão sentimental como raro

davidbruno(O festejo de David Bruno após o golo marcado ao FC Porto B no último sábado.)

Reforço do Moreirense para a atual época, David Bruno estreou-se no passado fim-de-semana a marcar com a camisola dos cónegos ao décimo terceiro jogo oficial que realizou – algo quase inédito na carreira do lateral, que, até então, somava apenas três golos como profissional.
E se esse primeiro golo pela turma de Moreira de Cónegos já teria algum simbolismo pelo facto do jogador não estar propriamente habituado a faturar, mais especial se tornou por ter sido diante do FC Porto B: formado inteiramente nos “dragões”, integrou a segunda equipa azul e branca durante três temporadas, entre 2012 e 2015, e foi, inclusivamente, um dos capitães ao longo desse período.
No último sábado, com a partida entre Moreirense e Porto B empatada e a caminhar para o fim, o camisola 22 dos “axadrezados” aproveitou um ressalto de bola para assinar o 2-1 aos 70′, sendo que, curiosamente, fê-lo de pé esquerdo, que nem é o seu mais forte – o resultado final seria de 3-2 para a equipa comandada por Paulo Alves, que continua líder destacada da prova.
Para encontrarmos o último golo oficial de David Bruno temos de recuar até ao dia 5 de Outubro de 2018: quando cumpria a terceira temporada ao serviço do Tondela, o futebolista nascido no Porto abriu o ativo na receção ao Nacional a contar para a Jornada 7 da Liga (ficaria 1-1), aparecendo ao segundo poste a concluir com eficácia um cruzamento de Xavier e a apontar aquele que é o seu único golo no patamar mais alto.
Antes disso, na época de estreia como sénior, em 11/12, fez um golo pelo Trofense na II Liga, marcando ao Covilhã numa partida que acabou empatada a duas bolas; e na sua última temporada de ligação contratual ao FC Porto, 14/15, apontou o único tento da equipa B na visita ao terreno do Atlético, não evitando a derrota por 1-2 na Jornada 41 do segundo escalão.
Atualmente com 30 anos – nasceu a 14 de Fevereiro de 1992 -, David Bruno, além dos clubes já aqui mencionados, representou o Freamunde e os romenos do Astra Giurgiu, tendo estado ao serviço do Estoril na última época, ele que chegou a fazer mais do que uma pré-temporada com a equipa principal do FC Porto e foi internacional português entre os Sub-18 e os Sub-21 – 25 internacionalizações.
Quatro anos depois, o lateral direito voltou então a festejar um golo seu, momento que, certamente, lhe trouxe um misto de emoções e até mereceu um “pedido de desculpas” aos adeptos portistas presentes no Estádio Comendador Joaquim Almeida Freitas.

Moreirense: arranque 100% vitorioso vale lugar na história

moreirense(A festa dos jogadores do Moreirense após mais um golo no Jamor diante da B SAD. Créditos de imagem: facebook do Moreirense FC.)

Tido como o principal candidato a vencer a II Liga 22/23, o Moreirense está, para já, a justificar esse favoritismo: com quatro vitórias em outros tantos jogos, os minhotos lideram a prova de forma isolada e estão, sem surpresa, na “linha da frente”.
Paralelamente a isto, o triunfo do último sábado definiu um novo máximo na história do clube: a participar pela décima primeira vez no segundo escalão, o emblema de Moreira de Cónegos acaba de cifrar o melhor arranque do seu historial na II Liga, visto que nunca tinha conseguido amealhar doze pontos nas primeiras quatro jornadas.
Ao derrotarem Vilafranquense (1-0), Académico de Viseu (3-1), Torreense (3-0) e B SAD (3-2), os comandados de Paulo Alves superaram o anterior registo, que era de dez pontos e tinha sido alcançado em “dose dupla”: em 95/96, época em que se estreou nas competições profissionais, o Moreirense, de Carlos Garcia, chegou à 4ª Jornada da Liga de Honra com três vitórias e um empate – terminou no 11º lugar; e em 13/14, sob o comando de Vítor Oliveira, os verde e brancos somaram igualmente três triunfos e uma igualdade nas primeiras quatro partidas – acabariam por ser Campeões já sem o “Mestre das Subidas” no banco.
De resto, esse bom início com Vítor Oliveira, é também o melhor arranque do clube nas três ocasiões em que já festejou a subida à I Liga: em 01/02, temporada da inédita promoção ao topo, a turma de Manuel Machado tinha apenas um ponto ao fim de quatro jornadas (embora a primeira tenha sido jogada apenas em Novembro e os minhotos tenham ganho à Oliveirense no quarto jogo oficial); e em 11/12, a equipa de Jorge Casquilha somou quatro pontos nos quatro jogos iniciais – uma vitória e um empate.
Por outro lado, o pior começo foi em 99/00: com Bernardino Pedroto a treinador, o Moreirense perdeu diante de Sp. Espinho (0-3), Beira-Mar (0-2) e Penafiel (0-4), conseguindo apenas empatar na receção ao Leça (0-0) à 2ª Jornada, numa temporada de má memória, já que averbou seis vitórias em trinta e quatro jogos e não evitou a descida à II Divisão B – 16º lugar.
No próximo sábado, o Moreirense, que tem o melhor ataque do campeonato com dez golos apontados, recebe a Oliveirense naquele que será o décimo primeiro jogo oficial entre os clubes, o nono a contar para a II Liga.

Zé Leite: fim do calvário deixou água na boca

zeleite(Zé Leite é um dos reforços da Oliveirense para a nova época.)

A 3ª Jornada da II Liga ficou marcada pelo regresso de Zé Leite aos relvados: após nove meses de “calvário” devido a uma lesão sofrida em Novembro do ano passado, o extremo voltou finalmente a alinhar numa partida oficial, estreando-se, ao mesmo tempo, com a camisola da Oliveirense diante do FC Porto B (0-2).
Sem jogar oficialmente desde o dia 7 de Novembro de 2021, então ao serviço do Felgueiras, Zé Leite foi lançado aos 64 minutos por Fábio Pereira na partida que decorreu no Centro de Formação do Olival, e teve uma estreia muito positiva num escalão profissional, já que a sua entrada mexeu claramente com o jogo ofensivo da Oliveirense, que ficou perto de marcar numa jogada criada por si.
Sendo certo que as lesões nunca são bem-vindas na carreira de um atleta, a que afetou o futebolista natural de Vale de Cambra não poderia ter chegado em pior timing: reforço do Felgueiras para 21/22, o extremo estava a ser um dos destaques dos durienses no início da temporada, tendo sido titular em nove jogos, sete na Liga 3 e dois na Taça de Portugal, nos quais registou duas assistências e um golo.
De regresso aos treinos em Abril passado, Zé Leite não voltou a jogar pelo Felgueiras, mas a qualidade que já tinha demonstrado ao serviço do emblema azul-grená e não só, foi o suficiente para merecer a confiança dos responsáveis da Oliveirense, que apesar da longa paragem que o jogador enfrentou, não tiveram dúvidas na sua contratação.
Curiosamente, o jovem de 22 anos iniciou o seu trajeto no futsal, ao serviço do GDC Lordelo, e até teve uma curta passagem pela formação da Oliveirense antes de se mudar para o Feirense, onde cumpriu grande parte do percurso formativo – passou ainda por FC Porto, Sanjoanense e Cesarense. Como sénior, além dos clubes já citados, representou Avanca, Lusitânia de Lourosa e Sanjoanense.
Jogador muito talentoso e com margem de progressão, Zé Leite tem tudo para ser uma das revelações da II Liga 22/23, e o seu regresso à competição no passado domingo deixou “água na boca” dos adeptos do clube que representa e não só.

Gonçalo Pimenta: a espera valeu a pena

goncalopimenta(Gonçalo Pimenta festeja o golo apontado ao Mafra no passado fim-de-semana.)

Dificilmente a estreia de Gonçalo Pimenta num campeonato profissional poderia ter sido melhor: o lateral direito da Oliveirense foi titular na jornada inaugural da II Liga e apontou o terceiro e último golo com que a sua equipa derrotou o Mafra (3-1) no último sábado.
Num jogo de emoções fortes, até porque a formação de Oliveira de Azeméis regressou esta época ao segundo escalão, o golo de Gonçalo Pimenta, já em tempo de compensação (90’+2), confirmou a vitória da turma da casa, que até saiu para intervalo em desvantagem (Lucas Silva aos 20′), e operou a reviravolta no segundo tempo por Michel Lima (49′) e Randy Obi (88′).
A iniciar a segunda temporada consecutiva ao serviço da Oliveirense, o futebolista natural da Póvoa de Varzim foi um dos destaques da equipa que alcançou a subida de divisão há poucos meses (trinta e um jogos e quatro assistências) e mantém-se firme nas escolhas do técnico Fábio Pereira, tendo então começado da melhor forma a nova época.
Contudo, apesar da estreia em campeonatos profissionais ter sido com a camisola da Oliveirense, Gonçalo Pimenta já tinha ficado perto de o fazer há três anos: contratado pelo Vilafranquense ao Pedras Rubras no Verão de 2019, acabou por não ficar no plantel dos ribatejanos, que se estrearam na II Liga nessa época, e voltou ao clube anterior.
De resto, a carreira sénior do lateral confunde-se com o Pedras Rubras: antes de se mudar para Oliveira de Azeméis, Pimenta cumpriu cinco épocas e meia nos maiatos, sempre no Campeonato de Portugal, e chegou a sair por duas vezes, regressando quase de imediato aos azuis e brancos – além da curta experiência em Vila Franca de Xira, atuou pelo Salgueiros na primeira metade de 17/18.
Formado no Varzim (teve uma breve passagem pelos Iniciados do FC Porto), Gonçalo Pimenta esperou até aos 26 anos para se estrear num campeonato profissional, mas olhando à forma como a estreia decorreu, podemos dizer que a espera valeu a pena.

Nacional: Daniel Guimarães de volta um ano e meio depois

danielguimaraes(Daniel Guimarães esteve mais de ano e meio sem jogar devido a um problema de saúde.)

A 1ª Jornada da II Liga, que arrancou este sábado, fica desde já marcada pelo regresso à competição de Daniel Guimarães: mais de um ano e meio depois, o guarda-redes do Nacional voltou a jogar oficialmente, não conseguindo, porém, evitar a derrota da sua equipa na receção ao Tondela (0-1).
Forçado a suspender a carreira em Março de 2021, devido a um problema oncológico, o brasileiro foi dado como curado em Dezembro seguinte, mas esteve afastado dos relvados durante um ano, regressando aos treinos apenas em Março último e de forma muito condicionada, já que a sua reintegração foi, naturalmente, dividida por fases.
Sem ter sido utilizado na parte final de 21/22, o guardião canarinho preparou-se para o regresso em pleno à competição na nova época e mereceu a confiança do técnico Filipe Cândido para defender a baliza “alvi negra” na tarde de hoje, naquele que acabou por ser um início indesejado de campeonato para os madeirenses.
Ao serviço do Nacional desde 2017, cedo assumiu a titularidade e teve um contributo decisivo para as subidas do emblema da Choupana à I Liga em 2018 e 2020, mantendo, pelo meio, a titularidade na época 19/20, que acabou por resultar na descida da sua equipa, tal como aconteceu em 20/21, temporada em que só fez catorze jogos por causa do já referido problema de saúde – a sua última partida antes da paragem forçada foi a 25 de Janeiro de 2021 diante do Benfica na Luz (1-1).
Natural de Timóteo, localidade pertencente ao estado de Minas Gerais, Daniel Guimarães, atualmente com 35 anos, passou por clubes como Tombense, América, Mogi Mirim, Ponte Preta ou Red Bull Brasil antes de se transferir para o Nacional, por quem soma agora 106 jogos entre I Liga, II Liga, Taça de Portugal e Taça da Liga.

Farense: Faísca de Vasco ressuscitou Leões de Faro

vascofaisca(Vasco Faísca tirou o Farense do fundo da tabela da II Liga.)

Há um antes e um depois da chegada de Vasco Faísca ao comando técnico do Farense: o antigo central já conquistou vinte e três pontos em treze jogos na II Liga, número superior ao total de pontos somados em conjunto pelos dois treinadores anteriores – catorze.
Jorge Costa, que começou a época mesmo não tendo conseguido a permanência na I Liga, conseguiu apenas um ponto em quatro jogos no campeonato; e Fernando Pires, conhecido por Fanã, registou treze pontos em onze partidas, resultantes de duas vitórias e sete empates; desempenho que fazia do Farense 16º classificado (lugar de play-off) à 15ª Jornada.
Vasco Faísca foi o senhor que se seguiu no banco dos “Leões de Faro” e é caso para dizer que ao terceiro foi de vez: apesar de ter perdido os dois primeiros jogos (contra Leixões e Rio Ave), o treinador que começou a temporada no Alverca, da Liga 3, averbou duas vitórias seguidas e deu início à recuperação dos algarvios.
De lá para cá, o Farense só perdeu dois dos últimos nove jogos que realizou – um deles, em Santa Maria da Feira, com muitas razões de queixa da arbitragem -, e ontem, na receção ao Covilhã (1-0), somou a terceira vitória consecutiva e o quinto jogo sem perder, ocupando atualmente um tranquilo 10º lugar com 37 pontos.
A seis jornadas do fim, os “alvinegros” têm a permanência bem encaminhada, visto que possuem onze pontos de vantagem para o 16º classificado (que é o seu adversário de ontem), e catorze para o 17º, que é o primeiro da zona de descida, embora aqui seja à condição, dado que o Varzim só esta segunda-feira fica com o calendário em dia.
Contas feitas, Vasco Faísca tem sete vitórias, dois empates e quatro derrotas em treze jogos, e em Faro já se fala que se tivesse chegado mais cedo, o Farense podia estar, neste momento, a lutar pela subida.
Não sendo natural de Faro, foi naquela cidade algarvia que Vasco Faísca cresceu e viveu até aos 16 anos, altura em que se transferiu da formação do Farense para o Sporting. Volvidos vinte e cinco anos, Vasco voltou ao clube onde nasceu para o futebol e, podemos dizê-lo, trouxe a Faísca que faltava para “ressuscitar” uma equipa que não se encontrava com os bons resultados.

Reinildo: da II Liga ao topo da Europa

reinildo(Reinildo já treinou pelo Atlético de Madrid. Créditos de imagem: facebook do Atlético.)

Reinildo Mandava protagonizou uma das últimas movimentações do mercado de transferências que ontem encerrou: o moçambicano custou três milhões de euros ao Atlético de Madrid, que vinha negociando a sua compra ao Lille nos últimos dias, segundo reportou a impresa internacional.
Exatos três anos depois de ter sido anunciado como reforço dos “dogues”, o lateral esquerdo, de 28 anos, chega agora ao Campeão Espanhol e dá mais um passo firme numa carreira que despontou verdadeiramente em Portugal.
Nascido a 21 de Janeiro de 1994, Reinildo destacou-se no Ferroviário da Beira, clube da sua cidade natal, e em Dezembro de 2015 veio ao nosso País prestar provas no Benfica: os responsáveis encarnados gostaram do que viram, integraram o jogador na equipa B, mas este acabou por não somar nenhum minuto na época 15/16.
Apesar disso, Rui Vitória chamou-o na pré-temporada seguinte para o estágio da equipa principal, utilizou-o, por exemplo, na Algarve Cup, mas com o início das competições oficiais, Reinildo voltou à formação secundária, pela qual só fez um jogo na II Liga, logo na jornada inaugural diante do Cova da Piedade (1-1).
Uma lesão impediu-o de continuar a ser opção, e a meio da temporada seguiu por empréstimo para o Fafe, também da II Liga, onde fez um golo em dezasseis jogos, insuficientes para ajudar os “justiceiros” a alcançar a permanência; e na época seguinte manteve a condição de emprestado no segundo escalão, desta feita no Covilhã, por quem apontou quatro golos em trinta e um jogos.
No Verão de 2018 foi vendido à B SAD, e em apenas meia época (dezanove jogos/um golo) despertou a atenção de vários clubes europeus, tendo saído para o Lille a meio de 18/19 por empréstimo com opção de compra, opção essa que foi ativada no final da temporada apesar de só ter atuado três vezes em França.
Nas duas últimas épocas, Reinildo fez cinquenta e sete jogos pelos franceses, conquistou o Campeonato e a Supertaça, e na corrente temporada já levava vinte e sete jogos e um golo, números que dizem muito da sua relevância na equipa, motivo que talvez tenha deixado a direção do Lille indecisa quanto à sua transferência imediata para os “colchoneros”.
Da nossa II Liga ao topo da Europa, bem que podia ser o título de um filme sobre a carreira de Reinildo Isnard Mandava.

Edu Machado: bis de assistências no regresso à titularidade

edumachado(Edu Machado soma treze jogos pelo Vilafranquense.)

Edu Machado foi um dos destaques da partida de ontem entre Penafiel e Vilafranquense: o lateral da turma ribatejana voltou a ser titular quase dois meses depois e fez duas assistências na derrota da sua equipa por 3-4 na Jornada 18 da II Liga.
Naquele que foi o seu décimo terceiro jogo esta temporada, Edu Machado assistiu por duas vezes em dois minutos, e ambos os golos foram de Ença Fati: ao minuto 30, o jogador natural de Chaves tirou um belíssimo cruzamento devidamente finalizado pelo colega; e aos 32′, “limitou-se” a tocar para o extremo guineense, que fez um golaço de fora da área.
Reforço do emblema de Vila Franca de Xira para a época atual, o transmontano assumiu, sem surpresa, a titularidade no lado direito da defesa, contudo, um choque de cabeça com um jogador do Mafra, na 4ª Jornada, em Agosto, deu início a um ciclo de menor utilização.
Baixa durante quase um mês, Edu Machado voltou a jogar com o Imortal, para a Taça de Portugal, somou mais duas aparências como suplente utilizado diante de Rio Ave (Campeonato) e Real (Taça), e só voltou a ser titular novamente contra o Mafra, a 21 de Novembro, na 4ª Eliminatória da prova rainha.
Entre esta última partida e a realizada na tarde deste sábado, Edu Machado somou seis idas ao banco de suplentes, tendo entrado em três ocasiões, números que lhe “repartiam”, por assim dizer, a utilização, dado que ao jogar com o Trofense na última semana passou a somar seis jogos como titular e outros tantos como suplente utilizado em 21/22.
Ontem, naquele que pode ser considerado um regresso em pleno, o futebolista que começou a carreira a extremo e acabou convertido em lateral, acabou por se destacar pela positiva no plano ofensivo, e somou ainda a terceira assistência da época, depois de em Outubro ter servido Nenê no jogo diante do Real para a Taça.
Atualmente com 31 anos, Edu Machado, recorde-se, foi revelado pelo D. Chaves, por quem disputou a final da Taça de Portugal em 09/10, tendo passado ainda por Tondela, Freamunde, Boavista e Leixões antes de chegar ao Vilafranquense.

2021: o ano que pôs fim a muito jejum

2021(Sporting, Itália, Atlético Mineiro e Vizela voltaram a festejar após longo período de “seca”.)

2021 será sempre um ano lembrado por motivos menos bons, mas, no que ao futebol diz respeito, acabou por revelar-se um ano talismã por esse Mundo fora, visto que culminou com o fim de um longo “jejum” de títulos em vários clubes e até Seleções.
Na Europa, e começando por Portugal, claro, o Sporting conquistou a Liga após dezanove anos de “seca”; o segundo maior “jejum” foi quebrado pelos dinamarqueses do Brøndby, que voltaram a conquistar o Campeonato dezasseis anos depois; e em Itália, o azul e o preto tornaram a ser as cores dominantes, com o Inter a ser Campeão pela primeira vez desde 2010.
Escócia e França assistiram ao “ressurgimento” de Rangers e Lille: “The Teddy Bears” e “Les Dogues” ergueram de novo o principal título do seu País após dez anos de “travessia no deserto”; enquanto que em Espanha, oito anos depois da última vez, o Atlético de Madrid conquistou a La Liga.
Contudo, foi na América que 2021 significou o fim de grandes períodos de “seca”, sendo que no México, Cruz Azul e Atlas uniram-se em busca do que há muito lhes escapava: os “cementeros” venceram o Torneio Guardianes na primeira metade do ano e voltaram a festejar o título vinte e quatro anos depois; e os “zorros” venceram, já no último semestre, o Torneo Apertura, acabando com uma espera de setenta (!) anos.
Não muito longe dali, no Equador, o Independiente del Valle, treinado pelo português Renato Paiva, voltou a ser Campeão após sessenta e três anos sem o conseguir; e no Brasil, o Atlético Mineiro conquistou o segundo Brasileirão da sua história exatos cinquenta anos depois de ter conseguido o primeiro.
No que diz respeito a Seleções, Julho marcou a redenção de Itália e Argentina: os italianos sagraram-se Campeões da Europa após um “jejum” de cinquenta e três anos; e os argentinos ergueram novamente a Copa América, algo que não conseguiam desde 1993, ou seja, há vinte e oito anos.
Ainda em Portugal, se olharmos aos outros campeonatos, nota para o regresso do Vizela à I Liga após uma ausência de trinta e seis anos; e para o Trofense, que voltou a ser Campeão Nacional treze anos depois, vencendo desta feita o Campeonato de Portugal – tinha ganho a II Liga em 2008; enquanto que clubes como Forjães (quarenta e dois), Idanhense (catorze) e Imortal (treze) festejaram o regresso aos Campeonatos Nacionais após vários anos de afastamento.

Platiny: o talismã do Chaves

Platiny(Platiny leva três jogos consecutivos a marcar… e a ganhar. Créditos de imagem: facebook do GD Chaves.)

Há um nome em destaque na recente recuperação do Chaves: os flavienses somam três vitórias consecutivas na II Liga e o avançado brasileiro Platiny marcou em todos esses triunfos, afirmando-se, podemos dizer, como talismã da equipa.
Naquela que é a sua segunda passagem pelos “Valentes Transmontanos”, Platiny estreou-se a marcar na atual época logo no primeiro jogo que fez para o campeonato, na receção ao Leixões (1-1), e enfrentou depois um “jejum de golos” que acabou há duas semanas e se tem vindo a prolongar para bem do jogador e do Chaves.
Tudo começou na Covilhã no passado dia 5 deste mês: após quatro jogos consecutivos sem vencer, o Chaves ganhou por 2-0 e viu Platiny fixar o resultado final, aos 74′, depois de assistir Wellington para o primeiro golo; há uma semana, na deslocação à Académica, o brasileiro abriu o ativo aos 21′ e os flavienses triunfaram por 2-1; e ontem, contra o Farense, em casa, Platiny fez o 2-0 aos 25′ – o melhor que os algarvios conseguiram foi reduzir para 2-1 já nos descontos.
Com estas três vitórias seguidas, o Chaves chegou aos 23 pontos e deu, naturalmente, um “salto” na tabela, estando agora no 5º lugar em igualdade pontual com mais três equipas – Penafiel, Nacional e Mafra -, depois de um início de época inconstante, no qual averbou apenas três triunfos nas primeiras doze jornadas.
Quanto a Platiny, em Portugal desde 2012, esta é a terceira vez que fatura em três jogos consecutivos no nosso País, a segunda pelo GD Chaves: em 14/15, ao serviço do Aves, na II Liga, festejou semanalmente perante Beira-Mar, Farense e Portimonense; e em 19/20, já pelos transmontanos, marcou e assistiu contra o FC Porto, para a Taça da Liga, e de seguida “picou o ponto” diante de Vilafranquense e Cova da Piedade também no segundo escalão – curiosamente, só esta época é que ganhou os três jogos seguidos em que marcou.
Atualmente com 31 anos, Higor Platiny teve a sua melhor performance goleadora na temporada 15/16: então ao serviço do Feirense, o futebolista, nascido em Goiânia, apontou 17 golos na II Liga e contribuiu decisivamente para a subida dos “Azuis da Feira” ao primeiro escalão.