Barata, médio ofensivo que representa os libaneses do Nejmeh, é o destaque desta semana na rubrica/parceria entre a nossa página e a página À bola pelo Mundo:
Desde o passado domingo, um futebolista português já pode dizer que conquistou a Taça do Líbano. Vítor Freitas, conhecido no mundo do futebol por Barata, converteu inclusivamente uma das grandes penalidades que deram o troféu ao Nejmeh, onde é orientado pelo compatriota Paulo Meneses, na final diante do Al Ahed, resolvida no desempate por penaltys depois do nulo registado no tempo regulamentar.
Se o clube de Beirute chegou ao jogo decisivo, de resto, deveu-o desde logo ao médio luso: Barata foi o grande destaque na vitória na meia-final diante do Bourj FC, assistindo para o primeiro golo da sua equipa e apontando ele mesmo o segundo de forma brilhante, numa trivela ao melhor estilo de Ricardo Quaresma. O festejo, esse foi uma homenagem a Cristiano Ronaldo, ou não fosse o médio um orgulhoso madeirense, nascido no Funchal como o capitão da selecção nacional.
Esta foi, na verdade, a cereja no topo do bolo da época para o Nejmeh, que já tinha conseguido o primeiro grande objectivo há algumas semanas: o apuramento para a AFC Cup da próxima temporada (competição asiática equivalente à Liga Europa), fruto do segundo lugar na fase de campeão da Liga libanesa, a apenas dois pontos precisamente do Al Ahed. Barata chegou ao clube a meio da temporada, juntamente com Paulo Meneses, e depressa se estabeleceu como indiscutível no sistema do técnico natural de Moimenta da Beira.
A sensação de jogar fora do seu país já há muito que deixou de ser estranha para o médio madeirense. Com percurso formativo iniciado no Andorinha (como, lá está, Cristiano Ronaldo) mas quase integralmente feito no Marítimo (à excepção dos 2 anos de juvenil, em que jogou no Sporting), Barata passou os primeiros 4 anos da carreira sénior entre a equipa B, C e de sub-23 dos madeirenses, destacando-se particularmente nesta última na temporada 2018/19, na qual apontou 8 golos.
Aos 23 anos, e percebendo que nunca iria ter oportunidades na equipa principal dos Leões do Almirante Reis, decidiu emigrar pela primeira vez na carreira, assinando por 2 temporadas com o Ergotelis, que competia na II Liga da Grécia. Acabaria por ficar apenas nessa época, rumando em 2020/21 ao Ierapetra, do mesmo escalão, tal como aconteceu na temporada que se seguiu, aí no Trikala.
A segunda metade da temporada, passou-a no quarto escalão da Polónia, ao serviço do Stal Stalowa Wola, regressando à Grécia no início da corrente época para assinar pelo Agios Nikolaos, que compete no terceiro escalão. Após uma primeira metade de ano desportivo interessante, nomeadamente pela campanha na Taça (onde passou 3 eliminatórias, caindo apenas nos oitavos-de-final), decidiu então aceitar o convite que chegava do exótico Líbano e partiu pela primeira vez à aventura para fora da Europa.
Não há informação pública de qual a duração da sua ligação ao Nejmeh, pelo que fica a dúvida sobre se o futuro de Barata irá passar pelo Líbano – tudo indica que sim, porém, dado até o aliciante de poder disputar uma competição continental. O que o médio luso demonstrou em campo nestes meses, consubstanciado com a obtenção do apuramento para a AFC Cup e agora com a conquista da Taça, mostra ainda assim que a qualidade existe e provavelmente merecia palcos superiores – à atenção dos olheiros, analistas e treinadores que procuram talento além-fronteiras.
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