Portugal – Coreia do Sul: reencontro sem fantasmas

PortugalCoreiadoSulMundial2002(Luís Figo receciona a bola pressionado por Sang-Chul Yoo durante o Portugal – Coreia do Mundial 2002.)

Mais de vinte anos depois da eliminação do Mundial 2002 diante da Coreia do Sul, na última jornada da fase de grupos, Portugal volta, curiosamente, a defrontar os coreanos na derradeira ronda da primeira fase de um Campeonato do Mundo, sendo que, desta vez, o cenário é bem diferente para as duas Seleções.
Ao contrário do que aconteceu no torneio realizado precisamente entre Coreia e Japão, a “equipa das Quinas” chega à última jornada da fase de grupos já com o apuramento resolvido, graças a duas vitórias em outros tantos jogos, enquanto que os asiáticos estão obrigados a vencer-nos e ainda têm de esperar por um resultado que lhes seja benéfico no outro jogo do Grupo H entre Gana e Uruguai.
Ora, mesmo que a partida de amanhã só tenha relevância para nós no que toca à confirmação da liderança do grupo, é impossível não nos lembrarmos do que aconteceu em 2002, num jogo que além de ditar a eliminação lusa, ficou marcado pela expulsão de João Pinto antes de estarem cumpridos 30 minutos, com o agora dirigente da FPF a agredir depois o árbitro argentino Ángel Sánchez – no segundo tempo, ainda com 0-0 no marcador, Beto foi igualmente expulso e Portugal acabou com nove elementos.
Na sequência do excelente Europeu feito em 2000, a nossa Seleção chegava ao terceiro Mundial da sua história com a expetativa elevada relativamente a mais uma belíssima campanha, mas tudo falhou: o estágio que antecedeu a prova, em Macau, não terá sido a escolha ideal; o primeiro jogo, com os EUA, foi uma espécie de “choque inicial” que resultou numa quase escandalosa derrota por 2-3; e só a goleada sobre a Polónia (4-0), na 2ª jornada, parecia ter reposto a normalidade.
Assim, Portugal chegava ao último jogo com hipótese de se qualificar para os Oitavos-de-Final, tendo pela frente um dos anfitrões da competição, e que só precisava de um empate para garantir esse mesmo apuramento. Com a certeza de que se vencesse se apurava, a turma comandada por António Oliveira podia até empatar diante dos coreanos caso a Polónia batesse os EUA, como veio a acontecer.
Contudo, a esperança portuguesa virou pesadelo bem cedo, pois, como já se disse, João Pinto viu vermelho direto aos 26 minutos por falta muito dura sobre Ji-Sung Park, e Beto acabou também ele expulso por acumulação de amarelos aos 65′, com o único golo do jogo a aparecer pouco depois, aos 70′, por intermédio do mesmo Ji-Sung Park, que fintou Sérgio Conceição com classe e desfeiteou Vítor Baía.
Amanhã, a partir das 15 horas de Portugal Continental, num reencontro que não terá os “fantasmas” do passado, a nossa Seleção fará o segundo jogo da história com os coreanos, que são orientados por Paulo Bento, ele que disputou o Mundial em 2002 e alinhou todo o jogo diante do País que representa atualmente.