Jabrane: mundialista em duas vertentes

jabrane(Yahya Jabrane já participou em dois jogos do Mundial 2022.)

Será, muito provavelmente, um feito inédito na história do futebol: aos 31 anos, o marroquino Yahya Jabrane é um dos jogadores que se encontra a representar o seu País no Mundial do Qatar, ele que em 2012 já tinha disputado um Campeonato do Mundo por Marrocos… mas de futsal!
Há dez anos, na Tailândia, o agora médio defensivo atingiu o ponto alto da sua carreira de futsalista ao ser convocado para o Mundial porém, pouco tempo depois dessa experiência certamente enriquecedora, optou por trocar a quadra pelos relvados, e conseguiu igualmente chegar à principal Seleção dos “Leões do Atlas”.
Autor do primeiro golo de sempre de Marrocos num Campeonato do Mundo de futsal – derrota 3-8 contra o Panamá -, o atleta nascido em Settat decidiu aventurar-se no futebol na temporada 2013/14 e convenceu os responsáveis do Raja Beni Mellal, que disputava a II Divisão, a darem-lhe uma oportunidade, mudando-se no ano seguinte para o também secundário MC Oujda, onde subiu de divisão e por quem se estreou no principal escalão.
De seguida, em 2016, transferiu-se para o Hassania Agadir, e volvidos dois anos rumou aos Emirados Árabes Unidos, para representar o Al Fujairah, contudo, meia época depois regressou a casa para jogar num dos grandes clubes do seu País, o WAC Casablanca, emblema que continua a defender e que na última temporada ajudou a vencer a Liga dos Campeões Africana – isto para além do Bi-Campeonato Nacional em 2021 e 2022.
Pelo meio deste percurso ascendente, Jabrane chegou à Seleção em Janeiro de 2018: convocado para disputar a CHAN desse ano – uma espécie de CAN cuja diferença é que só podem ser selecionados jogadores que competem nas Ligas locais -, cumpriu 90 minutos com o Sudão na última jornada da fase de grupos e tornou-se assim internacional A no futebol depois de já o ter sido no futsal – Marrocos ganhou essa competição.
Convocado por Walid Regragui para o Mundial do Qatar, o médio que também pode ser lateral já foi a jogo por duas ocasiões no torneio em que a sua Seleção tem brilhado intensamente – entrou aos 85′ com o Canadá e aos 82′ com Portugal -, e soma agora dezoito internacionalizações e dois golos pelos “Leões do Atlas”, ele que em 2021
repetiu a conquista da CHAN e esteve presente na Taça das Nações Árabes.
Um mundialista em duas vertentes: eis Yahya Jabrane.

Portugal – Marrocos: desempatar o histórico para chegar às Meias

PortugalMarrocos86(Jaime Magalhães salta com um adversário durante o Portugal – Marrocos do Mundial 1986.)

Separados por um mar, Portugal e Marrocos só se defrontaram por duas vezes na história e ambas foram na fase de grupos de Campeonatos do Mundo: a primeira em 1986 e a segunda em 2018.
No México e na Rússia, houve uma vitória para cada lado e, por isso, a partida de amanhã, além de um confronto inédito entre a nossa Seleção e a cóngenere marroquina numa fase a eliminar de um Mundial, poderá servir para desempatar o histórico, caso uma delas vença no final dos 90 ou 120 minutos.
O primeiro embate de Portugal com Marrocos teve lugar em Guadalajara, no Estádio Jalisco, a 11 de Junho de 1986: disputava-se a última jornada da fase de grupos e o empate interessava aos dois Países, que, com esse resultado, se apuravam ambos para os Oitavos-de-Final em detrimento de Inglaterra e Polónia.
Dentro de campo, os norte africanos levaram a melhor sobre a seleção lusa e ainda antes da meia-hora já venciam por 2-0 com bis de Abderrazad Khairi (19′ e 26′). No segundo tempo, Abdelkrim Merry Krimau fez o 3-0 aos 62′ e o tento de Diamantino, aos 80′, serviu somente para minimizar a derrota numa campanha que ficou marcada pelo “Caso Saltillo” – e reza a lenda que José Faria, técnico brasileiro que orientava os marroquinos, terá proposto o empate, algo rejeitado pela comitiva portuguesa…
Depois, foi preciso esperar 32 anos para que houvesse novo jogo entre Portugal e Marrocos e novamente num Campeonato do Mundo: no Estádio Luzhniki, em Moscovo, um golo de Cristiano Ronaldo, logo aos 4 minutos, foi o suficiente para os “tugas” levarem de vencida os “Leões do Atlas” na segunda ronda da fase de grupos, que haveria de terminar com a passagem lusa no segundo lugar atrás da Espanha.
Amanhã, a partir das 15 horas de Portugal Continental, a bola irá rolar no Al Thumama Stadium, em Doha, e todos esperamos que a nossa Seleção desempate o histórico com Marrocos e chegue pela terceira vez na história às Meias-Finais do Mundial.

Marrocos: o novo membro africano dos Quartos-de-Final

marrocos(Os festejos dos jogadores marroquinos durante o desempate por penaltis diante da Espanha.)

O Mundial 2022 tem tido algumas surpresas até agora, mas nenhuma supera a dimensão da que aconteceu ontem: num duelo entre “vizinhos”, Marrocos cometeu a proeza de afastar a Espanha nos Oitavos-de-Final (0-0/3-0 em penaltis) e chega, pela primeira vez na sua história, aos Quartos-de-Final da competição.
E para além de eliminarem os espanhóis, que por si só já é um feito extraordinário, os marroquinos entraram igualmente para a história do futebol africano, já que são apenas a quarta Seleção daquele Continente a chegar aos Quartos no Campeonato do Mundo, repetindo as prestações de Camarões (1990), Senegal (2002) e Gana (2010) – curiosamente, nenhum destes Países passou depois às Meias-Finais.
Num Mundial que teve dois momentos icónicos protagonizados por Roger Milla – a dança junto à bandeirola de canto e o roubo de bola a Higuita que resultou em golo -, os camaroneses cedo mostraram ao que iam no Itália ’90: logo na partida inaugural, derrotaram a Argentina (1-0), que era a Campeã do Mundo em título, e venceram o grupo que contava ainda com Roménia e URSS. Nos Oitavos, superaram a Colômbia no prolongamento (2-1), mas depois já não conseguiram vencer a Inglaterra (2-3 após tempo-extra).
Doze anos depois, em 2002, o Senegal fez a estreia absoluta em Mundiais e teve uma entrada em grande: tal como os camaroneses, os senegaleses derrotaram na partida inaugural o Campeão do Mundo em título, que era a França (1-0), e empataram de seguida com Dinamarca e Uruguai, terminando no segundo lugar do grupo. Na fase a eliminar, os africanos ainda afastaram a Suécia no prolongamento (2-1), mas nos Quartos-de-Final foram derrotados pela Turquia (0-1).
Finalmente, em 2010, o Gana ficou atrás da Alemanha e superou a concorrência de Austrália e Sérvia na fase de grupos, sendo que nos Oitavos-de-Final, derrotou os Estados Unidos por 2-1, numa partida que também precisou de 120 minutos para ser resolvida, à semelhança do que havia acontecido com Camarões e Senegal. A campanha ganesa, porém, não passaria da eliminatória seguinte: no célebre jogo em que Luís Suárez foi expulso por fazer uma defesa que resultou num penalti falhado por Asamoah Gyan, os africanos acabaram derrotados pelo Uruguai… nas grandes penalidades (1-1/2-4).
No próximo sábado, dia 10, Marrocos terá então, contra Portugal, a oportunidade de continuar a fazer história e tornar-se na primeira equipa africana a atingir as Meias-Finais de um Campeonato do Mundo.

Cartão de memória: Hadji

hadji(Hadji encantou na sua passagem pelo Sporting.)

Mustapha Hadji foi, inequivocamente, um dos jogadores mais talentosos que passaram pelo Sporting e pelo nosso País na década de 90, sendo a maior prova disso, o facto de apenas ter cá estado durante época e meia, saindo depois para o Deportivo da Corunha, que era um dos principais clubes espanhóis na altura.
Nascido na cidade marroquina de Tiznit, a 16 de Novembro de 1971 (celebra hoje o 51º aniversário), Hadji emigrou juntamente com a sua família para França quando tinha dez anos, e foi ao serviço do Nancy que despontou para o futebol profissional, estreando-se na equipa principal no início da década de 90.
Contratado pelo Sporting no Verão de 1996, após uma temporada em que apontou onze golos em quarenta e dois jogos e contribuiu decisivamente para a subida do Nancy à Ligue 1, o médio-ofensivo logo tratou de demonstrar ao que vinha, estreando-se a marcar no primeiro jogo oficial que fez pelos “leões”, diante do Sp. Espinho na abertura da Liga; e poucos dias depois, marcou em Montpellier o golo que garantiu o empate à sua equipa na primeira mão da primeira eliminatória da Taça UEFA (1-1).
Titular em trinta e quatro dos trinta e seis jogos que disputou em 96/97 entre Campeonato, Taça de Portugal e Taça UEFA, o internacional marroquino foi um dos poucos imprescindíveis na formação leonina, estatuto que manteve mesmo com a troca de treinador durante a época (Robert Waseige deu lugar a Octávio Machado), acabando o ano de estreia em Portugal com um total de seis golos e seis assistências.
Na temporada seguinte, Hadji aproveitou a presença do Sporting na Liga dos Campeões para chamar a atenção de clubes de maior nomeada e fez na “prova milionária” os únicos dois tentos que registou pelos verde e brancos em 97/98, marcando no triunfo sobre o Mónaco (3-0) e na derrota em Leverkusen (1-4), e encerrou a sua passagem por Alvalade com mais duas assistências e dezasseis partidas – no total, fez oito golos e oito passes decisivos em cinquenta e dois jogos.
Vendido ao Deportivo em Dezembro de 1997, o médio ficou na Corunha até 1999, ano em que rumou à Premier League: reforço do Coventry a pedido de Gordon Strachan, passou ainda pelo Aston Villa antes de um curto regresso a Espanha, para jogar no Espanhol, e posteriormente representou os alemães do Saarbrücken e os luxemburgueses do Fola Esch, por quem encerrou a carreira em 2010.
Internacional A por Marrocos em sessenta e três ocasiões (treze golos), Mustapha Hadji disputou os Mundiais de 1994 e 1998 – neste último fez, diante da Noruega (2-2), o primeiro golo da sua Seleção na prova – e as CAN’s de 1998 e 2000, não conseguindo conquistar qualquer título pelo seu País, à semelhança do que aconteceu na sua carreira a nível de clubes.

Marroquinos em Portugal na década de ’90

(A 23 de Junho de 1998, Marrocos fez o seu último jogo em Mundiais, vencendo a Escócia por 3-0.)

Marrocos está de regresso ao Campeonato do Mundo de futebol, vinte anos após a sua participação no Mundial de França.
Depois das presenças nos Mundiais de 1970, 1986, 1994 e 1998, os marroquinos disputarão, na Rússia, no próximo ano, o seu quinto Campeonato do Mundo.
Ora, há aqui um dado que salta à vista: o maior sucesso dos “marroquís” aconteceu na década de ’90, com duas participações em Mundiais, primeiro nos Estados Unidos, em ’94, e depois em França, quatro anos depois, naquele que foi o seu último Mundial até à data.
Foi precisamente na década de ’90, que Portugal recebeu a maior parte dos futebolistas marroquinos que já passaram pelo nosso País e, sobretudo, pela Primeira Liga.
Posto isto, o nosso blog vai aqui recordar jogadores como Tahar, Chippo, Hadji, Hassan ou Fertout, sendo que alguns desses ex-futebolistas que falaremos, participaram nos Mundiais de ’94 e ’98.
Relembre então agora os marroquinos que passaram pela nossa I Liga na década de maior sucesso para o futebol ‘marroquí’:

Hajry (Benfica, União da Madeira e Farense – 87/88 a 99/00)

hajry

Hajry Redouane, simplesmente conhecido por Hajry, foi um médio-ofensivo marroquino de grande classe que passou pelos nossos relvados.
Hajry chegou a Portugal bem antes da década de 90, mas o facto de ter estado toda essa década no nosso País, ‘obriga-nos’ a colocá-lo nesta lista.
Reforço do Benfica para 87/88, recrutado ao Raja Casablanca, chegou mesmo a ser utilizado na final da Champions diante do PSV Eindhoven, mas seguiu, nas épocas seguintes, primeiro para o Farense, e depois para o União da Madeira.
Em 1990 voltou para o Farense, clube que representou, sem interrupções, até 99/00. Ao todo, em treze épocas na I Liga portuguesa, Hajry somou 294 jogos e 32 golos.
Em 01/02, ao ser treinador-interino dos ‘Leões de Faro’ por uma jornada, tornou-se no primeiro marroquino a treinar numa Primeira Divisão europeia. Como jogador, ainda representou, mais tarde, em 04/05, o São Marcos, nos Distritais de Beja.
Apesar da grande carreira em Portugal e, principalmente, no Farense, Hajry foi internacional A marroquino apenas por 25 ocasiões.

Aziz (Sp. Espinho e V. Setúbal – 87/88 a 89/90; 92/93 a 96/97)

aziz

Aziz Doufikar foi um médio ofensivo que passou largos anos por Portugal, tendo representado, na I Liga, Sp. Espinho e Vitória FC, tendo feito 64 jogos e 12 golos no nosso principal campeonato.
Marroquino com nacionalidade holandesa, Aziz formou-se no Ajax, de onde saiu para o Zwolle, antes de chegar ao Espinho, ainda na década de 80, clube que representou três temporadas, antes de voltar à Holanda.
Já na década de 90, regressou novamente a Portugal e aos ‘Tigres da Costa Verde’, fazendo mais três anos de branco e preto antes de rumar ao Vitória, que ajudou a subir à I Liga, e onde cumpriu a sua última temporada ‘entre os grandes’.
Depois, enveredou pelos escalões secundários portugueses, tendo representado Esmoriz, Ala-Arriba e Mêda, onde terminou a carreira.

Hassan Fadil (Famalicão – 89/90 e 90/91)

hassanfadil

Hassan Fadil foi um ponta de lança que, em Portugal, jogou apenas duas temporadas, ambas no Famalicão, uma das quais com direito a subida para a I Divisão.
Contratado pelo Maiorca em 1985, na altura, na segunda divisão espanhola, ao Raja Beni Mellal, Fadil esteve três épocas ao serviço dos maiorquinos antes de se mudar para o Málaga, clube que representou somente em 88/89.
Dos malaguenhos e da I Divisão espanhola transferiu-se para o Famalicão, que, nesse ano, 89/90, haveria de ficar em segundo na Zona Norte da II Divisão e ascender à I Divisão, onde Fadil, em 90/91, fez apenas 1 golo em 23 partidas.
Terá terminado a carreira precisamente ao serviço dos famalicenses no final dessa temporada, pois não há registo de mais nenhum clube que tenha representado posteriormente a 1991.
Foi internacional A marroquino por uma ocasião, precisamente numa competição internacional: a CAN 1988.

Bouderbala (Estoril – 92/93)

bouderbala

Abdelaziz El Idrissi Bouderbala, conhecido futebolisticamente pelo seu último nome, foi um extremo marroquino que fez uma carreira de bom nível, na qual se inclui uma passagem por Portugal ao serviço do Estoril.
Proveniente do Ol. Lyon, onde fez duas temporadas com bastante utilização, Bouderbala reforçou os canarinhos na temporada 92/93, tendo apontado 4 golos em 24 jogos.
Revelado no WAC Casablanca, passou, também, por Sion, Racing Paris e Saint Gallen, onde terminou a carreira.
Pela sua Seleção contam-se 61 internacionalizações e zero golos marcados, tendo estado presente no Mundial de 1986.

Hassan (Farense e Benfica – 92/93 a 03/04)

Hassan

Ponta de lança goleador, Hassan Nader despontou para o futebol no WAC Casablanca, que o transferiu para o Maiorca.
O Farense trouxe-o para Portugal em 1992, e três anos depois vendeu-o ao Benfica, clube que representou por duas épocas até regressar a Faro para construir a história que todos nós conhecemos – em 94/95 foi o melhor marcador do nosso Campeonato com 21 golos, algo que lhe valeu a já referida transferência para a Luz.
No total, Hassan cumpriu 8 temporadas na I Liga pelo Farense, nas quais apontou 94 golos em 219 jogos, e ainda representou os algarvios na II Liga (02/03) e na II Divisão B (03/04), permanecendo assim no clube quando este atravessou a pior fase da sua história – encerrou a carreira após a descida à III Divisão.
À semelhança do amigo Hajry, o notável trajeto que fez em Portugal não lhe deu grandes oportunidades na Seleção marroquina, por quem fez apenas 2 golos em 15 jogos, tendo tido, ainda assim, a oportunidade de jogar o Mundial ’94, onde fez um golo à Holanda naquele que foi o seu único jogo na prova.

Naybet (Sporting – 94/95 e 95/96)

naybet

Central de grande qualidade que passou pelo Sporting e por Portugal duas temporadas, Noureddine Naybet fez 54 jogos e 5 golos na nossa I Liga.
Iniciou a sua carreira no WAC Casablanca – como alguns dos compatriotas que chegaram a Portugal nesta década -, e jogou no Nantes antes de chegar ao Sporting em 1994. De Alvalade saiu para o Deportivo da Corunha, por quem haveria de se sagrar campeão espanhol e onde jogou oito temporadas, antes de rumar ao Tottenham, onde terminou a carreira.
Pela seleção marroquina registou 94 jogos e 2 golos, tendo participado nos Mundiais de 1994 e 1998.

M’Jid (Belenenses – 94/95 a 97/98)

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Abdelmajid Bouyboud, conhecido apenas e só por M’Jid, iniciou a sua carreira sénior no WAC Casablanca, de onde se mudou para Portugal em Janeiro de 1995, para vestir a camisola do Belenenses.
Ao serviço dos ‘azuis do Restelo’ fez 78 jogos e 8 golos em três temporadas e meia, rumando ao Wuhan, da China, no final da temporada 97/98.
Jogador que fazia qualquer posição no corredor direito, M’Jid somou 26 internacionalizações por Marrocos, tendo feito 2 golos.

Tahar (U. Leiria e Benfica – 94/95 a 99/00)

Tahar El Khalej chegou a Portugal em 1994, proveniente do Kawkab, para representar a União de Leiria.
Dois anos ao serviço dos leirienses valeram-lhe a mudança para o Benfica, em 1996, clube que representou até meio da temporada 99/00 – o seu último jogo pelo clube ‘encarnado’ tem a particularidade de ter sido em Vigo, diante do Celta. Central ou médio-defensivo, Tahar jogou 115 vezes na nossa I Liga, tendo marcado 18 golos.
Do Benfica saiu para a Premier League, onde vestiu as camisolas do Southampton e do Charlton, entre 2000 e 2003.
Representou Marrocos nos Mundiais de ’94 e ’98, somando 49 internacionalizações e dois golos pela sua Seleção principal.
Nota ainda para o facto de há pouco tempo, Tahar ter tido os dois filhos a jogar em Portugal: o mais velho, igualmente Tahar-El Khalej de seu nome, vestiu a camisola do Sintrense (2020-2022) já depois de ter passado pela formação do Benfica (2008-2011); enquanto que Yassine El-Khalej passou por Cova da Piedade (2019/20) e também Sintrense (2020/21), além de ter atuado na formação dos encarnados no mesmo período do irmão.

Daoudi (Tirsense – 95/96)

daoudi

Rachid Daoudi era um médio-ofensivo que esteve apenas uma temporada em Portugal, 95/96, tendo descido de divisão ao serviço do Tirsense, por quem 20 jogos e 2 golos na I Liga.
A sua carreira em Marrocos foi toda ela feita no WAC Casablanca, clube que representou antes e depois da passagem por Santo Tirso, e de onde voltou a sair em 1997, quando assinou pelo Xérez de Espanha. No seu percurso contam-se ainda passagens pelos Emirados Árabes Unidos e pelo Qatar.
Pela Seleção principal, 22 jogos, 3 golos, e a participação no Mundial de 1994.

Fertout (Belenenses – 95/96 a 97/98)

Fertout

Ponta-de-lança com carreira feita no WAC Casablanca, tal como M’Jid, Youssef Fertout chegou a Portugal pela mão do Belenenses – lá estão, mais uma vez, as semelhanças na carreira com M’Jid -, clube que representou durante duas temporadas e meia, de 95/96 a 97/98.
Em 71 jogos, marcou apenas 12 golos na I Liga, saindo de Belém em Janeiro de 1998, ‘aparecendo’, na época seguinte, ao serviço do AZ Alkmaar, da Holanda, último clube que lhe foi conhecido.
Pela Seleção A de Marrocos, números ‘aceitáveis’: 26 jogos, 10 golos.

Aziz El Ouali (Rio Ave – 96/97)

elouali

Marroquino com nacionalidade francesa, Aziz El Ouali foi um extremo que representou o Rio Ave em 96/97.
Produto da formação do Nîmes, que o revelou para o futebol profissional, passou, depois, por Bastia, Châteauroux e Le Mans, antes de chegar aos vilacondenses em 1996. Esteve em apenas 10 encontros da I Liga sem ter marcado qualquer golo, e não foi ‘voz ativa’ na recuperação do Rio Ave na segunda volta dessa temporada.
No final da época rumou ao Tours, na altura, a jogar no terceiro escalão do futebol francês, e esse é mesmo o último clube que se lhe conhece.
Pela Seleção principal marroquina, contam-se apenas duas internacionalizações.

Hadji (Sporting – 96/97 e 97/98)

Mustapha Hadji foi um médio ofensivo de muita qualidade que esteve apenas uma temporada e meia no Sporting e em Portugal.
Nascido em Ifrane – Meknès-Tafilalet, cedo se mudou para o Nancy, clube de onde se transferiu depois para o Sporting no início de 96/97. Ficaria em Alvalade apenas até meio da época seguinte, quando foi vendido ao Deportivo, e para a história, na I Liga portuguesa, ficam 36 jogos e 3 golos de Hadji.
Depois do ‘Depor’, representou Coventry, Aston Villa e Espanhol, antes de rumar ao Al Emirates, que tal como o nome indica, fica nos Emirados Árabes Unidos. Regressou à Europa pouco tempo depois, para representar o Saarbrücken, dos escalões secundários da Alemanha, antes de terminar a carreira no Fola Esch, do Luxemburgo.
Presente nos Mundiais de ’94 e ’98, vestiu a camisola de Marrocos ao mais alto nível por 57 vezes, tendo marcado doze golos.

El Hadrioui (Benfica – 96/97 e 97/98)

ElHadrioui

Defesa esquerdo de posição, Abdelkrim El Hadrioui representou o Benfica apenas por uma temporada e meia, tendo feito 22 jogos na I Liga sem marcar qualquer golo.
Chegou a Portugal oriundo do FAR Rabat, e em 1998 deixou o futebol nacional para rumar, juntamente com Fertout, ao AZ Alkmaar, onde esteve quatro épocas. O último clube que se lhe conhece é o Khemisset, de Marrocos, depois de uma passagem pelo Charleroi da Bélgica.
Internacional A marroquino por 62 vezes – 3 golos -, esteve nos Mundiais de ’94 e de ’98.

Saber (Sporting – 96/97 a 99/00)

saber

Abdelilah Saber, é mais um jogador que chegou a Portugal na década de 90 proveniente do WAC Casablanca.
Ao serviço do Sporting durante quatro temporadas, o antigo defesa direito somou 61 jogos na I Liga sem ter feito qualquer golo.
Em 2000 rumou, juntamente com Vidigal, ao Nápoles, de Itália, emblema que defendeu durante três anos até se mudar para o Torino.
Representou o seu País no Mundial de 1998, além de ter feito 47 internacionalizações e um golo pela Seleção A.

Mounir (Académica – 96/97 a 00/01)

mounir

R’Ched Larroussi Mounir foi um defesa central que, em Portugal, se notabilizou ao serviço da Académica.
Lançado pelo IR Tânger, Mounir chegou ao nosso País para jogar na ‘Briosa’, que, na altura, em 96/97, disputava a II Liga. A subida aconteceu logo nessa temporada, e, em dois anos no principal escalão, Mounir fez 1 golo em 50 jogos.
Representou a formação de Coimbra mais duas temporadas, ambas na II Liga, rumou a Marrocos para voltar a representar o IR Tânger, mas um ano depois estava de regresso a Portugal, para vestir a camisola do Leça, também no segundo escalão.
Seguiram-se passagens por Lousanense e Sourense, entre Distrital e III Divisão, e um regresso aos relvados já com 40 anos, para representar o Eirense, da II Divisão Distrital de Coimbra, de onde saiu, a meio de 2010/2011, para jogar na AD Nogueirense, na… III Divisão.
Foi duas vezes internacional A pelo seu País.

Youssef (Farense – 97/98)

youssefnader

Youssef Nader era ponta de lança e irmão de Hassan. Não se sabe em que clubes marroquinos terá jogado, sabendo-se apenas que, em Portugal, o seu primeiro clube foi o Quarteirense, em 96/97, na III Divisão.
Daí saltou para o Farense, por quem fez uma temporada na I Liga, 97/98, na qual marcou dois golos em treze partidas.
Depois, seguiu-se um périplo pelos escalões secundários, onde representou Santa Clara, Operário, Vila Real, Taipas, Lixa, Tirsense, Ribeirão e Santa Marta de Penaguião, retirando-se no fim da temporada 2007/2008.
Atualmente, Youssef arrisca-se a ser mais reconhecido por ter um filho atleta de nível mundial do que propriamente pela carreira que fez: finalista nos 1500 metros do Campeonatos do Mundo de Atletismo realizado em Agosto deste ano, Isaac Nader é, na atualidade, um dos principais nomes do atletismo português.

Mohammed (Campomaiorense – 97/98)

mohammed

Mohammed Sbae foi um médio marroquino que surgiu em Portugal pela mão do Desportivo de Beja, na temporada 92/93.
Foi jogador do clube bejense por quatro temporadas, tendo subido duas vezes consecutivas, da III Divisão até à Liga de Honra, o que lhe valeu uma mudança para o Campomaiorense, em 96/97, que lutava para subir à I Liga.
Subida consumada para o emblema de Campo Maior, Mohammed fez 6 jogos na I Divisão portuguesa sem ter marcado qualquer golo.
Depois, rumou ao Imortal, voltou ao Beja, saiu para o Ourique, regressou novamente ao Desportivo bejense, e representou, de seguida, vários clubes no Distrital de Beja: Piense, Cuba, Barrancos e Portel, onde terminou a carreira, em 07/08, com 41 anos.

Chippo (FC Porto – 97/98 e 98/99)

chippo

Surpresa na apresentação do FC Porto para 97/98, Youssef Chippo foi um médio que passou duas temporadas pelos azuis e brancos, fazendo apenas 30 jogos e 2 golos na I Liga.
Formado no Kénitra, do seu País, passou pela Arábia Saudita e pelo Qatar antes de chegar à Invicta para representar os ‘dragões’.
Em 1999, trocou as Antas pelo Coventry, da Premier League, de quem saiu em 2003 para o Al-Sadd, do Qatar, País onde terminou a carreira, em 2007, ao serviço do Al-Wakrah.
Pela sua Seleção principal, somou 64 jogos, 3 deles no Mundial de 1998 – onde fez um auto-golo -, e 8 golos.

Tarik Sektioui (Marítimo e FC Porto – 98/99; 06/07 a 08/09)

tarik

Todos nos lembramos de Tarik Sektioui ao serviço do FC Porto, mas, a verdade, é que o extremo marroquino entrou em Portugal muito antes de representar os azuis e brancos.
Recrutado pelo Auxerre ao MAS Fès, de Marrocos, Tarik, passou, sem sucesso, pelo Marítimo em 98/99, tendo feito apenas 2 jogos na I Liga, sem marcar qualquer golo – fê-lo na Taça de Portugal, ao Pevidém.
De seguida, rumou ao Neuchatel Xamax, de onde seguiu para a Holanda, onde representou o Willem II e o AZ Alkmaar, onde despontou a ponto de Co Adriaanse pedir a sua contratação para o FC Porto em 2006.
Logo a meio da sua primeira temporada no Dragão, 06/07, saiu emprestado para o RKC Waalwijk, regressando depois ao Porto para ser importante na temporada 07/08, voltando a perder preponderância em 08/09.
Do FC Porto saiu para o Ajman, dos Emirados Árabes Unidos, encerrando a carreira uma época mais tarde, ao serviço do MAS Fès.
Na Seleção marroquina, percurso algo ‘pobre’ para um jogador com uma carreira tão positiva: apenas 18 jogos e 5 golos.

*Artigo atualizado a 13 de Setembro de 2023.