Itália: guardiões portugueses unidos em defesa da capital

patriciomax

Um ano depois de Rui Patrício chegar a Itália para jogar na Roma, esta quarta-feira foi oficializada a transferência de Luís Maximiano para a Lázio (já treinou de manhã com os novos companheiros), o que significa que os eternos rivais da capital italiana passam ambos a ter guarda-redes portugueses nas suas fileiras.
Este é, de resto, mais um elo de ligação entre os guardiões: como é sabido, os dois fizeram grande parte da formação no Sporting e chegaram a ser contemporâneos nos verde e brancos, apesar de Max nunca ter integrado, de forma oficial, o plantel principal leonino enquanto Patrício esteve em Alvalade – o primeiro tem 23 anos e o segundo 34.
Contratado ao Granada por dez milhões de euros, Maximiano chega à Lázio para, em princípio, assumir a titularidade, ou então, no mínimo, lutar por ela: as saídas de Strakosha (ainda sem clube) e de Reina (Villarreal) deixaram as opções na baliza “laziale” reduzidas ao lituano Adamonis e aos jovens da equipa Primavera, pelo que a compra de um guarda-redes era urgente – o clube deve, entretanto, recrutar mais um elemento.
Em temporada de estreia no estrangeiro, Max foi absolutamente indiscutível em Espanha: o atleta natural de Braga alinhou em 35 das 38 Jornadas de uma La Liga que terminou com o Granada na 18ª e antepenúltima posição, não conseguindo evitar a descida por um ponto e na derradeira ronda. Apesar disso, o minhoto deu nas vistas e o seu nome chegou a ser associado a clubes de maior nomeada como o Barcelona.
Quanto a Patrício, que no ano passado trocou o Wolverhampton pela Roma por quase doze milhões, impôs-se sem surpresa no onze inicial da equipa comandada por Mourinho, e disputou 54 jogos entre todas as competições, acabando a ser decisivo na final da Conference League ganha pelos romanos, diante do Feyenoord, com defesas sublimes que evitaram o golo neerlandês.
Com o primeiro “Derby della Capitale” na Serie A 22/23 marcado para a Jornada 13, que será, ao que tudo indica, no fim-de-semana de 5 e 6 de Novembro, Rui Patrício e Luís Maximiano poderão então defrontar-se pela primeira vez no Estádio Olimpico, eles que são, curiosamente, os primeiros guarda-redes portugueses a representar os respetivos clubes.

Itália: cimeira Milão – Roma marca 34ª Jornada

italia

A 34ª Jornada da Serie A italiana fica inevitavelmente marcada pelos confrontos entre os maiores clubes de Milão e Roma: numa espécie de cimeira entre as duas cidades, o Inter mediu ontem forças com a Roma e o AC Milan defronta esta noite a Lázio.
Curiosamente, estas equipas lutam pelos mesmos objetivos: os rivais de Milão vão, ao que tudo indica, discutirem o título entre si até final; enquanto que os rivais da capital têm o quinto lugar e consequente apuramento direto para a fase de grupos da Liga Europa como grande meta, apesar de ainda terem a concorrência da Fiorentina.
O primeiro episódio deste duelo Milão – Roma teve lugar ontem à tarde: no Giuseppe Meazza, o Inter não facilitou na receção à Roma de José Mourinho, Rui Patrício e Sérgio Oliveira, e venceu de forma convincente por 3-1, com os golos de Dumfries (30′), Brozovic (40′) e Lautaro Martínez (52′) a superiorizarem-se ao de Mkhitaryan (85′).
Hoje é a vez de Lázio e AC Milan disputarem o segundo capítulo desta cimeira, com o Estádio Olímpico de Roma a acolher uma partida que é importantíssima para as contas das duas equipas: por esta altura, ambas estão atrás dos seus maiores rivais na tabela, e uma eventual vitória significa, claro está, a ultrapassagem.
A quatro jornadas do fim, o Inter lidera com 72 pontos, mais um que o Milan de Rafael Leão, mas no final desta ronda, os “nerazzurri”, mesmo que voltem ao segundo lugar, continuam com uma ligeira vantagem, já que terão menos um jogo que os “rossoneri”; na luta pela Liga Europa, a Roma é quinta com 58 pontos, mais dois que a Lázio, e pode acabar a 34ª ronda no sexto lugar.
Porém, já se disse, os clubes romanos não estão sozinhos nesta luta, e mesmo que a Lázio derrote o Milan e faça 59 pontos, poderá ser alcançada já na próxima quarta-feira pela Fiorentina, que, à semelhança do que acontece com o Inter, tem ainda um jogo em atraso que lhe pode ser benéfico.
Para já, o Inter vai dando vantagem a Milão nesta cimeira entre duas das mais importantes cidades italianas.

Bruno Jordão: o mais recente utente da via rápida Wolverhampton – Zurique

bjordao

Bruno Jordão, médio que recentemente se mudou para os suíços do Grasshoppers, é o destaque desta semana na rubrica/parceria entre a nossa página e a página À bola pelo Mundo:

A tradição recente do Grasshoppers em integrar portugueses nas suas fileiras ganhou ainda maiores contornos no último mercado de transferências. É verdade que Toti Gomes deixou o clube, regressando à casa-mãe (Wolverhampton) após ano e meio no histórico emblema suíço, mas de imediato chegaram mais dois atletas lusos para se juntarem ao contingente composto por André Moreira, André Santos e André Ribeiro (não esquecendo o luso-guineense Eliseu Nadjack e o luso-suíço Nuno da Silva): Tomás Ribeiro, contratado ao B-SAD, e Bruno Jordão, que fez o caminho inverso ao de Toti e chegou a Zurique por cedência do Wolves, onde havia feito apenas uma aparição até Janeiro (mais 3 pela equipa de sub-23).

O médio nascido na Marinha Grande a 12 de Outubro de 1998, na verdade, só em Novembro regressou à competição, quase um ano depois de se ter lesionado com gravidade enquanto representava o Famalicão, também por empréstimo do emblema inglês. Sem espaço nas opções de Bruno Lage, e até tendo em conta a concorrência de muito peso no meio-campo do Wolves (basta referir os nomes de Rúben Neves, João Moutinho ou do belga Dendoncker), Bruno Jordão viu com bons olhos a mudança para o futebol suíço e já começou a assumir preponderância na sua nova equipa: na última jornada, na recepção do Grasshoppers ao campeão Young Boys, foi ele a bater o canto que originaria o primeiro golo da sua equipa (a partida terminou com um empate a dois).

Ainda bastante jovem (23 anos), Bruno Jordão é já há algumas temporadas um nome familiar até ao mais comum adepto do futebol nacional, mais que não seja pela associação a… Pedro Neto. É que ambos estiveram envolvidos no negócio que surpreendeu Portugal no verão de 2017, com o Braga a acertar a sua transferência para a Lázio a troco de 20 milhões de euros, numa altura em que o médio ainda nem sequer se havia estreado na primeira equipa dos Guerreiros do Minho (fizera apenas 19 jogos e 2 golos na equipa B na época anterior) e o extremo, dois anos mais novo, somava somente 3 partidas (e 1 golo) na formação principal depois de se destacar em 2016/17… nos juvenis (24 jogos e 17 golos, mais duas aparições nos juniores e uma partida na equipa B).

A partir daí, como é natural, o foco mediático começou a incidir com especial insistência no par de jovens talentos lusos… que acabaram por não se conseguir afirmar em Roma – no caso de Bruno Jordão, aos 7 jogos na equipa de sub-20 dos Laziale na primeira época juntou apenas três utilizações pelo conjunto principal na segunda, sempre como suplente utilizado. Tendo plena consciência de que esse cenário dificilmente se iria inverter em 2019/20, o médio acabou por aceitar transferir-se para o Wolves, juntamente com… Pedro Neto, depois de muita tinta ter corrido na imprensa nacional sobre a possibilidade de ambos reforçarem o Benfica num negócio com moldes semelhantes ao que haveria de se realizar com o clube inglês – onde Jorge Mendes tem influência óbvia, tal como acontece com o Braga, o Famalicão… e o Grasshoppers.

Em Inglaterra, contudo, os caminhos do duo começariam a divergir pela primeira vez. Se Pedro Neto integrou de imediato os trabalhos da primeira equipa e acabaria paulatinamente por ganhar o seu espaço, acabando a temporada num nível elevadíssimo, já Bruno Jordão passou os primeiros meses na equipa de sub-23 e só muito esporadicamente foi opção para Nuno Espírito Santo, ainda que tenha dado muito boas indicações nas 4 vezes em que teve oportunidade para actuar na formação principal – aliás, marcou na estreia, num golo que se revelaria decisivo para a qualificação para a ronda seguinte da Taça da Liga (ao 1-1 final ante o secundário Reading, orientado por José Gomes e com o actual sportinguista João Virgínia na baliza, seguiu-se uma vitória por 4-2 no desempate por grandes penalidades).

Foi nesse contexto que se deu a hipótese do empréstimo ao Famalicão, também ela vista com bons olhos pelo médio marinhense, no intuito de ganhar ritmo e minutos de jogo. E a aposta foi claramente ganha – ou pelo menos assim parecia até ao dia 18 de Dezembro, quando Bruno Jordão fez o 11º jogo na temporada (sétimo a titular), tendo até visto o único golo pelos minhotos receber a distinção de golo da jornada (aconteceu logo na quarta ronda, no espectacular empate a três diante do Farense); seguiram-se dois jogos sem sair do banco até que, já no início de Janeiro, veio a lesão que o atirou largos meses para fora dos relvados.

Debelados os problemas físicos, Bruno Jordão chegou assim ao Grasshoppers para reabilitar a carreira, tendo sempre em conta que continua a estar ligado ao Wolverhampton por mais duas temporadas. O clube sediado em Zurique pode ser a alavanca que estava a faltar ao médio que aos 16 anos já era titular nos seniores da União de Leiria (24 jogos e 4 golos no Campeonato de Portugal em 2015/16) e que somou 21 internacionalizações nas selecções jovens de Portugal (a última das quais seria também a única pelos sub-21); resta esperar para ver como evolui na Suíça e se voltará a actuar a um nível semelhante ao do comparsa de sempre (e curiosamente também ele acabado de recuperar de uma lesão muito grave): Pedro Neto, pois claro.

Lázio 98/2000: todos os sonhos tornados realidade

lazio(O “dream-team” da Lázio entre 1998 e 2000. Em cima, da esquerda para a direita: Sensini, Negro, Mihajlovic, Nesta, Pancaro e Machegianni; em baixo, pela mesma ordem: Sérgio Conceição, Nedved, Mancini, Salas e Verón.)

A propósito do (re)encontro entre Porto e Lázio para o play-off da Liga Europa, recuperaram-se memórias alusivas ao passado quase perfeito de Sérgio Conceição no emblema da capital italiana enquanto jogador – nomeadamente na primeira passagem. Em entrevista ao zerozero, por exemplo, o argentino Matías Almeyda disse mesmo que, apesar de na altura se falar muito da qualidade insana dos cruzamentos de David Beckham, o melhor a cruzar era mesmo… Conceição. Elogio imenso, está bom de ver, próprio de alguém que partilhou relvado com o antigo ala direito luso em quase 100 ocasiões ao longo de quatro temporadas (duas na Lázio, uma no Parma e outra no Inter de Milão).

Conceição e Almeyda eram, na verdade, apenas duas estrelas na verdadeira constelação que era aquele plantel Laziale nas últimas duas épocas da década de 90 – além do comando técnico, entregue ao mítico Sven-Goran Eriksson, que contava já com duas Taças de Itália no currículo (Roma em 85/86 e Sampdoria em 93/94) quando chegou ao clube em 97/98, conquistando nessa época mais uma. Foi neste contexto que Sérgio Conceição chegou a Roma no verão de 1998, aos 23 anos e depois de se sagrar bicampeão no Porto de António Oliveira, e numa altura em que ainda não era muito comum ver portugueses a triunfar nos mais altos palcos do futebol mundial (Futre, Rui Barros, Paulo Sousa, Figo e Fernando Couto e pouco mais), o atleta natural de Coimbra desafiou a lógica dominante, não se atemorizando com a forte concorrência e somando logo 44 jogos (só três como suplente utilizado) e sete golos na primeira época fora do país – iniciada com a vitória na Supertaça por 2-1 diante da Juventus, com o golo decisivo a ser apontado… por Conceição já nos descontos, e culminada com a conquista da Taça das Taças (2-1 ao Mallorca na final, com Conceição a entrar aos 56 minutos).

sergioconceicaolazio(Em duas passagens pela Lázio, Sérgio Conceição fez 103 jogos, 11 golos e conquistou 6 títulos.)

Mas afinal, quem eram de facto essas estrelas todas de quem falámos incessantemente até aqui? Pois bem: recostem-se no sofá e deliciem-se com os nomes que aqui vão desfilar a partir de agora. Começando pelo sector defensivo: na baliza estava o já trintão Luca Marchegiani, um dos melhores guarda-redes italianos das décadas de 80 e 90, que defendeu as redes da selecção vice-campeã mundial em três partidas nos Estados Unidos 94; no lado direito da defesa podiam jogar Paolo Negro e Giuseppe Favalli, duas lendas do clube (12 épocas consecutivas), e ainda Giuseppe Pancaro, outro internacional italiano de renome – este último fazia também o lugar de lateral-esquerdo, sendo que no caso de Favalli, a adaptação era mesmo feita à direita; no centro, o mítico Alessandro Nesta fazia dupla com um tal de Sinisa Mihajlovic, o jugoslavo mestre nas bolas paradas que Eriksson trouxera consigo da Sampdoria, ou com Fernando Couto, contratado nessa temporada ao Barcelona e que tinha já um passado de respeito no futebol italiano mercê da Taça UEFA conquistada ao serviço do Parma em 94/95.

Ainda não chega? Então vamos ao meio-campo. Além do já citado Matías Almeyda, havia Pavel Nedved (esse mesmo, que viria a ser Bola de Ouro anos mais tarde), Iván de la Peña, mítica “cria” do Barcelona, ou Dejan Stankovic, na altura um menino de 20 anos contratado nesse verão ao Estrela Vermelha e que pegou de estaca no 11 Laziale. Havia também o miúdo Roberto Baronio e Giorgio Venturin, internacional italiano que a meio da época se mudaria para o Atlético de Madrid; para o seu lugar chegou em Janeiro o mítico Attilio Lombardo, também ele velho conhecido de Eriksson dos tempos da Sampdoria. Isto em 98/99, primeira época de Conceição, porque na segunda a qualidade ainda aumentou exponencialmente – De la Peña saiu, é verdade, mas chegaram três argentinos de qualidade absolutamente indiscutível: Diego Simeone (esse mesmo), Néstor Sensini e Juan Sebastián Verón.

laziowinnerscup(A festa da Lázio na conquista da Taça das Taças em 1999, com Sérgio Conceição a agarrar o troféu e Fernando Couto simplesmente a admirá-lo.) 

Pois… Mas e o ataque? Ok: em 98/99 tínhamos Roberto Mancini, já veterano mas ainda assim um dos mais talentosos italianos à época; Christian Vieri, artilheiro-mor da selecção italiana no Mundial 98 e a grande contratação da temporada em Itália (quase 30 milhões de euros pagos ao Atlético de Madrid, onde havia sido o melhor marcador de La Liga); Marcelo Salas, grande estrela do futebol chileno; e Alen Boksic, habilidoso croata que perdeu a maior parte da época devido a lesão. Para a temporada seguinte saiu Vieri, vendido ao Inter de Milão por quase 50 milhões, mas para o seu lugar chegaram Simone Inzaghi, menos prolífico que o irmão Pippo mas ainda assim um avançado muito interessante, e o sueco Kennet Andersson, goleador da selecção que espantou o mundo no Mundial 94 e que acabou por regressar ao Bolonha logo em Setembro após perceber que raramente ia somar minutos, dada a forte concorrência; a estes nomes juntou-se ainda em Janeiro nada mais nada menos que Fabrizio Ravanelli, o lendário “Penna Bianca” dos tempos áureos da Juventus.

Era ou não era uma constelação, aquela que semana após semana se apresentava nos relvados italianos com a camisola da Lazio? Era, sim senhor, e não só em Itália, como o comprovam as conquistas do emblema romano nessas duas temporadas – se em 98/99 a Lázio conquistou a Supertaça e a Taça das Taças, vendo ainda o título italiano escapar para o AC Milan por um mísero ponto, já em 99/00 foi (quase) tudo deles: Supertaça europeia, Serie A e Taça de Itália, caindo nos quartos-de-final da Liga dos Campeões ante o surpreendente Valencia.

lazio2(Fernando Couto e Sérgio Conceição festejam mais um golo com Pavel Nedved.)

O salto de patamar foi absolutamente impressionante para um jogador que quatro anos antes disputava a Segunda Divisão Nacional pelo Leça e que “de repente” estava a alcançar as maiores glórias possíveis naquele que era, à data, indiscutivelmente o maior campeonato do planeta futebolístico. No início de 2000/01 Sérgio Conceição acabaria por se mudar para o Parma (curiosamente também com Matías Almeyda), integrado no negócio que viu Hernán Crespo fazer o movimento contrário, e na época seguinte passaria para o Inter de Milão; em ambos os casos não conseguiu conquistar troféus, algo que viria a acontecer em 2003/04 em época de dois regressos: primeiro à Lazio, onde participaria na campanha que iria culminar com a conquista da Taça de Itália, e depois ao Porto, onde voltou em Janeiro a tempo de ajudar na caminhada para mais um título nacional. Ainda passaria por Bélgica (Standard Liège), Kuwait (Al Qadsia) e Grécia (PAOK), pendurando as chuteiras aos 35 anos, mas que não restem dúvidas: foi em Roma, no meio de uma verdadeira chuva de estrelas, que viveu os momentos mais cintilantes de uma belíssima carreira.

*Artigo redigido por Bruno Venâncio, jornalista com passagens pelos jornais “OJOGO”, “Sol” e “I”.

FC Porto – Lázio: um jogo memorável e dois fortes elos de ligação

POrtoLaziio(Fernando Couto tenta parar Deco durante o FC Porto 4-1 Lázio de 02/03.)

Falar de FC Porto e Lázio é recordar o célebre jogo da Meia-Final da Taça UEFA 02/03, mas também é relembrar Sérgio Conceição e Fernando Couto, dois antigos jogadores que se tornaram ídolos tanto para os adeptos portistas como para os tifosi laziale.
Aliás, o duelo entre FC Porto e Lázio no Play-Off da Liga Europa desta temporada, fica desde logo marcado pelo reencontro de Sérgio Conceição com o clube romano: em 1998, depois de duas grandes épocas nas Antas, o extremo rumou à Lázio, onde esteve dois anos e foi Campeão, e para onde voltaria na primeira metade de 03/04, saindo depois para voltar ao… FC Porto.
Já Fernando Couto, que cumpriu quatro épocas na equipa principal dos “dragões”, entre 1990 e 1994, chegou à Lázio precisamente na mesma altura que Conceição, porém, já tinha estado em Itália, ao serviço do Parma, e mudou-se para Roma proveniente do Barcelona. O antigo central cumpriu sete temporadas nos “biancocelesti”, foi Campeão ao lado do compatriota, e defrontou o Porto em 02/03.
Ora, 02/03 é precisamente a única época em que FC Porto e Lázio se defrontaram oficialmente: tal aconteceu nas Meias-Finais da Taça UEFA e, para chegar à final, a turma de Mourinho tinha de eliminar uma “Super Lázio” que tinha, além de Couto, jogadores como Stanković, Chiesa, Peruzzi, Pancaro, Claudio López, Diego Simeone, Simone Inzaghi ou Mihajlović.
A primeira mão, jogada nas Antas a 10 de Abril de 2003, começou mal para os lusos, com um golo madrugador de Claudio López (6′), mas a reação portista foi fortíssima e acabou da forma que todos sabemos: 4-1, com Maniche (10′), Derlei (27′ e 50′) e Hélder Postiga (56′) a carimbarem uma reviravolta fantástica e a tornarem aquela partida numa das principais noites europeias do FC Porto e do próprio Estádio das Antas.
A final estava ali “ao virar da esquina”, e duas semanas depois, no Olímpico de Roma, o Porto não marcou golos mas também não sofreu, viu Vítor Baía parar um penalti a Claudio López, e ficou sem Postiga para a final, expulso após desentendimento com o brasileiro César. Pela primeira vez, os “dragões” atingiam a final da Taça UEFA e o resto é história.
Esta noite, no Dragão, FC Porto e Lázio começam a luta por um lugar nos Oitavos-de-Final da Liga Europa e há outro factor curioso: a final deste ano também se realiza em Sevilha, tal como aconteceu em 2003…