Rafael Floro: “O que me dá mais prazer é jogar com os estádios cheios”

floronovi(Rafael Floro precisou de pouco tempo na Sérvia para fazer um grande golo.)

Foi com um autêntico golaço que Rafael Floro se estreou a marcar pelo Novi Pazar: contratado no último Verão pelo emblema sérvio, o lateral esquerdo abriu caminho à vitória da sua equipa sobre o Vojvodina (3-1), somando, até ao momento, 8 jogos pelo atual 6º classificado da I Liga a par do Cukaricki.
Quem olha para a carreira do futebolista natural de Quarteira, repara de imediato que este gosta de desafios: com passagens pela formação de Sporting e FC Porto, o esquerdino já atuou em Inglaterra ao serviço do Sheffield Wednesday e mais recentemente somou experiências na Lituânia (Stumbras e Panevezys) e na Finlândia (AC Oulu), tendo ainda representado Belenenses, Gil Vicente ou Olhanense.
Atualmente com 29 anos, Rafael Floro, que foi 8 vezes internacional por Portugal entre os Sub-18 e os Sub-20 e disputou o prestigiado Torneio de Toulon em 2014, confessa nesta entrevista que gostava de jogar na nossa I Liga, mas admite que, caso não consiga atingir esse objetivo, a sua vontade passa por continuar em Países cujo futebol é vivido de forma intensa como acontece na Sérvia:

À Bola pelo Mundo/Conversas Redondas: Estreaste-te a marcar na Sérvia com um golaço. A tua ideia foi sempre rematar, ou decidiste arriscar apenas no momento?
Rafael Floro: O guarda-redes esticou na frente, o central cortou a bola e eu estava ali próximo, porque normalmente apoio sempre o extremo para a segunda bola. Ela sobrou para mim, eu dominei de peito e entretanto o Adem [Ljajic], que jogou na Fiorentina, Inter de Milão, Besiktas, fez o overlap e pensei em dar-lhe a bola, mas depois vi que nenhum defesa estava a vir, tinha espaço para rematar e decidi tentar a minha sorte. De vez em quando acerto ali de longas distâncias (risos) e fiz um bom golo. Depois fui festejar com os adeptos que nós temos, que são fantásticos.

Pode dizer-se que foi um bocadinho o teu cartão de visita para os adeptos? Achas que agora ficaste apresentado?
Não sei, aqui temos de ir jogo a jogo. Eu estive muito tempo parado, por isso é normal não estar logo a 100 por cento quando cheguei. Tive de recuperar tudo, o ritmo de jogo, a confiança.

Quais são os objectivos para a época, individuais e colectivos?
A nível individual, é fazer assistências, golos, minutos. Colectivamente, eles falam muito da Liga Europa, mas eu cada vez mais percebo que aqui tem de se ir jogo a jogo, porque os jogos aqui são muito equilibrados, as equipas não são muito consistentes. Na nossa equipa entraram agora vários jogadores de enorme qualidade que estiveram vários meses parados e estão a recuperar a forma, o treinador também é novo, leva sempre algum tempo até impor as suas ideias, mas já estamos a jogar melhor futebol, estamos mais unidos também, com uma energia mais positiva, e os resultados estão a começar a aparecer, mesmo contra equipas fortes. Agora é ver se damos continuidade, ainda que os dois próximos jogos sejam muito difíceis, contra o TSC, que defrontou o Braga, e depois o Partizan em casa, num jogo que vai ser à porta fechada.

floropanevezys(Ao serviço do FK Panevezys, o esquerdino conquistou a Taça e a Supertaça da Lituânia.)

Porquê?
Porque eles aqui gostam muito de futebol, na nossa cidade (na Sérvia deve ser o Red Star, o Partizan e depois nós que temos as maiores claques), e gostam de atirar petardos, tochas, fogo de artifício, e houve um jogo, depois da nossa segunda derrota, em que atiraram para o campo e acertaram no nosso guarda-redes e no central. Depois a federação decretou dois jogos à porta fechada. Mas pelo que me dizem, aqui é normal (risos)! Aqui são adeptos fervorosos, não só no futebol, no basquetebol por exemplo também.

Já vais tendo algum conhecimento do futebol na Sérvia. Que tens a dizer da qualidade? Surpreendeu-te de alguma forma?
Quando estive no Panevezys já tinha jogado na Conference League contra o Vojvodina, curiosamente a equipa a quem marquei agora. O futebol tem intensidade, tacticamente é bom, fisicamente também. Mas é mais do mesmo, o futebol hoje em dia é tudo muito igual, com o conhecimento que há hoje.

E adaptaste-te bem?
No início não foi assim muito fácil, porque nem toda a gente aqui fala inglês. Mas tive de ver como são as coisas, também já tenho a experiência de outros países, sei como são as coisas. Faço à minha maneira, vou com calma, pensamento positivo e as coisas acontecem na hora em que têm de acontecer.

florogil(O Gil Vicente é um dos clubes que o lateral já representou no nosso País.)

Já tens alguma história curiosa para contar aí?
Depois de um treino ofereceram-nos um jantar num restaurante e os donos puseram uns cachecóis do clube à volta da mesa, na parede, e depois começaram a mandar petardos, a acender tochas e a cantar no meio do jantar! Até partilhei nas minhas redes sociais. Dá um ambiente diferente, em Portugal acho que é proibido, mas aqui qualquer treino, qualquer jogo até choram para atirar petardos e tochas (risos)! Quando fomos ao Red Star, estavam cerca de 35 mil adeptos no estádio, eles fizeram a coreografia, ficou um ambiente que eu nunca tinha vivido e que vou levar para a vida. Até gravei.

Qual é a vossa média de adeptos em casa?
Os nossos primeiros dois jogos foram à porta fechada (risos). Depois tivemos um jogo com 4 mil, depois no outro foram 6 ou 7 mil. Dizem que costuma ser à volta disso. O estádio leva 10 mil. Os nossos adeptos têm uma espécie de pacto com o Fenerbahçe, nesta cidade há muitos turcos. No nosso estádio costumamos ter muitos adeptos com a camisola do Fenerbahçe, às vezes é metade-metade.

E como é a vida aí? O clima, a comida, as pessoas…
Por acaso até me surpreendi com as pessoas, fazem-me lembrar um bocado os brasileiros. São muito abertos, sempre a sorrir e a querer brincar. Na cidade, como somos jogadores, querem-nos sempre pagar tudo, não nos deixam pagar nada. Querem sempre tirar fotografias… Eles adoram mesmo o clube da cidade. Os sérvios são fixes (risos)! Na Lituânia e na Finlândia é diferente, são mais frios, mais fechados e não ligam tanto ao futebol. Em termos de clima também me surpreendeu, faz-me lembrar Portugal. No jogo deste fim de semana estavam 26 graus, mas como é uma região montanhosa, à noite pode fazer 3 ou 4 graus. A diferença é grande. Acho que agora vai começar a fazer mais frio, à tarde vai estar por volta de 14 graus e à noite 0 ou 1. Mas no verão andava sempre à volta dos 35, 36. Eu estava habituado às temperaturas da Finlândia e da Lituânia, para mim foi espectacular, porque não gosto de frio. Mas com o que passei lá, já nenhum frio me afecta (risos)! Comida, gosto de todo o tipo, mas eles têm algumas coisas específicas como hambúrgueres ou salsichas que eles fazem com as carnes deles. E como é uma zona com muitos muçulmanos, fazem muito kebab e assim, mas com um toque sérvio. Eu gosto da comida deles. Eles têm um pequeno almoço que se chama “mantie”. Não sou muito de comer doces, mas às vezes no fim dos jogos como qualquer coisa e eles fazem doces parecidos com os portugueses, metem muito açúcar como eu gosto (risos). Mais uma vez, prefiro a comida deles à dos lituanos ou dos finlandeses.

florosheffield(O Sheffield Wednesday foi o primeiro clube que Floro representou no estrangeiro.)

Como surgiu a oportunidade de ires para a Sérvia?
Eles viram-me quando joguei contra o Vojvodina, e entretanto conheci um empresário com contactos cá. Ele falou com o treinador, que gostou do meu perfil, viu jogos meus e quis que eu viesse, mas queria saber como é que eu estava fisicamente. Vim, estive 5 dias a treinar, eles gostaram, viram que eu estava bem, e fiquei.

Tu não tens medo de arriscar e partir à aventura, o teu currículo fala por si. Depois de vários clubes na formação, entre os quais o Sporting e o FC Porto, foste para o Sheffield Wednesday logo com 19 anos. Como aconteceu essa mudança?
O clube mostrou interesse, falou com o Porto e eles aceitaram, ficaram com uma percentagem de futura transferência. O Capucho, que era o treinador dos juniores, queria apostar no Rafa Soares e eu falei com o Luís Castro, que era o coordenador, para sair, porque tinha equipas da I Liga interessadas, mas ele não deixou. Quando és júnior de segundo ano, se não jogas, é difícil dar o passo seguinte, pelo menos na altura era. E eu tinha o desejo de continuar a ir à selecção e jogar a um nível alto, e graças a Deus apareceu a hipótese de ir para Inglaterra, numa liga espectacular em comparação com a II ou até mesmo a I portuguesa, e foi das melhores experiências que tive na vida. E espero um dia voltar, seja como jogador ou treinador. Inglaterra é mesmo o mundo do futebol.

E como foi o impacto de jogar no futebol inglês no primeiro ano de sénior?
Era um miúdo, não tinha noção nenhuma, cheguei lá e era um mundo à parte. Fomos fazer um jogo-treino, que em Portugal normalmente é à porta fechada, ali contra uma equipa da League Two ou League One, o estádio a levar 10, 12 mil pessoas! Eu estava habituado a jogar nos juniores com 400, 500 pessoas… Mas adaptei-me. Fiz 2 jogos, treinava com a equipa principal e jogava nas reservas. Depois pronto, às vezes não temos calma, queremos as coisas para ontem e tomamos más decisões. Errei nesse aspecto.

rafaelfloro(Antes de se mudar para a Sérvia, o lateral atuou nos finlandeses do AC Oulu.)

Estás a referir-te à saída para o Belenenses no verão de 2015.
Sim. Havia ofertas de clubes da League One, mas vários empresários contactaram-me a informar do interesse do Belenenses, fizeram-me a oferta, o presidente [Rui Pedro Soares] disse-me que o Filipe Ferreira ia ser vendido para a Grécia e que eu iria jogar. Assinei por 4 anos, e se calhar foi um dos maiores erros que eu fiz. Mas é assim, quando somos novos, se não tivermos o acompanhamento correcto, tomamos decisões precipitadas e depois temos de correr atrás.

Acabaste por fazer apenas uma pré-época lá, certo?
Não, eu estive lá 6 meses. Eles queriam-me inscrever, mas depois contrataram jogadores a mais, tiveram de rescindir com 2 para abrir vaga, uma confusão… E depois sobrou para mim, o miúdo. Abri a vaga, continuei a treinar com a equipa e depois queriam-me emprestar, mas com o Casa Pia foi mais uma confusão. Foi só confusões no Belenenses! Fui para o Casa Pia, fiz uns quantos jogos, até marquei, mas depois o Belenenses chamou-me de volta e o presidente não quis que eu voltasse para o Casa Pia. Em Janeiro chegou um treinador novo, o Júlio Velázquez, e disse que contava comigo; chegou ao último dia do mercado e disse que já não contava, porque só podiam inscrever 5 novos jogadores. O presidente queria-me mandar para o Bragança e eu já andava ali há 6 meses de um lado para o outro, uma confusão do caraças, então decidi: ‘Vou para o pé da minha família, preciso de pôr a cabeça no lugar’, e fui para o Almancilense. Acho que no Belenenses ficaram chateados, mas é assim a vida.

Depois vais para o Louletano já sem vínculo com o Belenenses?
Sim. Joguei lá 6 meses e depois fui para o Gil Vicente, apareceu a oportunidade de ir para a II Liga.

E depois do Cova da Piedade, como surge a possibilidade de ires para a Lituânia?
No Cova da Piedade não joguei muito. Entretanto acabou o campeonato, eu não queria voltar para o CNS, queria manter-me numa liga profissional, fiquei à espera, até que apareceu um empresário com a proposta do Stumbras. Eu não tinha mais nada e fui experimentar. Era um clube quase português, o Mariano Barreto era tipo o dono. Foi uma experiência diferente, o campeonato até me surpreendeu, não conhecia nada. Qualificámo-nos para a Liga Europa e queriam que eu ficasse para o ano seguinte, mas eles atrasavam sempre nos pagamentos e por isso decidi voltar para Portugal, apesar de ter gostado muito do treinador, que mais tarde voltei a apanhar no Panevezys [João Luís Martins] e também alguns colegas.

florobelem(A experiência do algarvio no Belenenses não lhe correu como desejava.)

Vieste acabar a época 2018/19 no Felgueiras.
Sim. Fiz lá 2 bons meses, fiz golos e assistências, estive na Equipa do Mês logo no primeiro mês e no fim do segundo fui eleito para a Equipa do Ano. Depois o campeonato lá terminou, fiquei á espera de algo melhor, não apareceu nada e entretanto apareceu o Felgueiras, que queria subir. Não aconteceu, e depois apareceu o Olhanense, perto de casa, salário bom para o nível do CNS. Fizemos uma equipa do caraças, chegámos a ter 10 pontos de avanço, mas mais uma vez as histórias que acontecem em Portugal: primeiro disseram que era para jogar eu, porque o miúdo que lá estava [Leonardo Lelo] ia ser vendido, já estava tudo certo para o Benfica; entretanto não o venderam e tinha de jogar, porque era um activo do clube e queriam vendê-lo, e sobrou para mim, que tinha de arranjar clube porque tinha um salário alto. Acabou por aparecer novamente a Lituânia, com um clube que tinha acabado de subir à I Liga e tinha um projecto de ir à Liga Europa; pensei que podia ser engraçado e fui, porque não tenho medo de arriscar. Só preciso de ter a bola no pé, de resto está tudo bem (risos)!

Nessa segunda passagem pela Lituânia ganhas a Taça e a Supertaça. Foi a melhor fase da tua carreira?
Em termos colectivos, sim. Ao início foi complicado porque tínhamos um treinador moldavo que treinava à moda antiga: correr, subir bancadas, subir montanhas. Depois mandaram-no embora, porque não tínhamos resultados, e veio o João, que nos pôs a jogar futebol. Ganhámos a Taça que ninguém estava à espera, porque éramos dos últimos no campeonato, qualificámo-nos para a Conference, a primeira edição, e depois ganhámos a Supertaça e ficámos em quarto, qualificámo-nos novamente para a Europa. Joguei grande parte da época a lateral-direito, porque lá há limite de estrangeiros e o anterior treinador tinha ido buscar dois estrangeiros para a mesma posição. Então o mister João quis usar os 2 e pôs-me à direita. Eu não gostava muito, nos primeiros 4 ou 5 jogos estava um bocado chateado porque não podia fazer as minhas movimentações normais, mas evoluí noutros aspectos: a defender, a trabalhar outra parte do corpo, e depois comecei a ver que podia rematar de fora da área, comecei a marcar uns golos engraçados (risos) e a achar piada à posição, podia rematar mais puxando para dentro – a lateral-esquerdo não tenho tanta hipótese. Depois fui para a Finlândia e aí foi a melhor época em termos individuais.

Como se deu essa mudança para a Finlândia?
Eu quero estar sempre em campeonatos melhores, onde o futebol seja mais valorizado. Lá vivem mais o futebol, há melhores estádios, é mais competitivo. O treinador também era português, contava comigo, e o salário também era um bocadinho melhor. Além disso, no Panevezys o treinador ia embora, para o Marítimo, e com essa incerteza e o convite da Finlândia, arrisquei e acho que foi a melhor opção.

floroporto(Rafael Floro, aqui em ação pelos Juniores do FC Porto num amigável diante do Paivense em Novembro de 2012, esteve duas épocas nos “dragões”.)

Qual foi o sítio onde gostaste mais de jogar? Qual se adaptou melhor às tuas características?
O que mais gostei foi em Inglaterra. Claro que gostei de jogar nos ‘grandes’, Sporting, FC Porto, mas nessa altura era muito novo. Hoje, com outra experiência de vida, penso que se jogasse em Inglaterra com esta experiência as coisas seriam diferentes. Eu aproveitei cada momento ao máximo, gostei de todos, mas se pudesse voltar atrás, teria ficado sempre em Inglaterra, porque é onde se vive o futebol a 200 por cento. Apesar de ter sido mais feliz na Lituânia. Aqui na Sérvia está a ser fantástico, sou muito acarinhado pelas pessoas na rua, também pelo facto de ser português, fazem sempre referência ao Ronaldo, os mais novos estão sempre a gritar ‘Siiiiim’. Por isso gosto bastante de estar aqui. Vamos ver como corre.

Como te descreves enquanto jogador? Quais as tuas maiores qualidades e onde achas que ainda podes melhorar?
Remato bem, sou rápido, dinâmico. Melhorar… Há sempre alguma coisa. Aspectos tácticos, jogo aéreo, trabalhar mais o pé direito. Com o passar dos anos melhorei bastante a concentração, o jogo defensivo. Antes era um lateral muito ofensivo, hoje vou mais pela certa, pelo menos aqui na Sérvia, como jogamos com extremos não posso arriscar muito nem subir tanto.

Quais os teus ídolos de infância? Em quem te revias/revês na tua posição?
O meu jogador preferido sempre foi o Roberto Carlos. Depois, queria ser extremo e gostava do Ronaldo na altura do Manchester United, do Quaresma, íamos para a rua fazer as fintas deles. Depois quando comecei a jogar a lateral comecei a gostar muito do Marcelo. Gosto muito do Cancelo, que foi meu colega [nas selecções jovens].

floropt(A 23 de Maio de 2012, Rafael Floro, que é o número 5, somou a segunda de oito internacionalizações por Portugal no Restelo. Em cima, da esquerda para a direita: Jorge Azevedo, Tobias Figueiredo, Carlos Daniel, Luis Cortez, Fábio Cardoso e José Costa; em baixo, pela mesma ordem: Rafael Floro, Frédéric Maciel, João Teixeira, Filipe Chaby e Iuri Medeiros.)

Que treinador mais te marcou?
Bruno Saraiva, no Inter de Almancil. Depois de sair do Sporting, fui para a Académica e depois voltei ao Algarve e queria desistir do futebol. Acabei por ir para o Inter de Almancil e ele mudou a minha mentalidade, a minha maneira de pensar, fez com que acreditasse em mim e desde então foi sempre a subir, consegui ser profissional de futebol. Teve muita influência para eu conseguir cumprir o meu sonho e tentei sempre levar para a minha vida esses ensinamentos dele. Ajudou-me bastante, e depois fui para o FC Porto. E depois tive outros treinadores de quem também gostei muito, como o João Luís Martins. O Luís Castro não foi meu treinador mas agora gosto muito dele como treinador, se calhar teria desfrutado se o tivesse tido como treinador na altura. Gosto da maneira como ele lida com os jogadores.

Que objectivos ainda esperas atingir na carreira?
Eu quero atingir o nível mais alto que conseguir. Se calhar a minha ideia não será a mais lógica para outras pessoas, mas eu quero tentar chegar a um nível que poderia ter chegado mais cedo. Gostava de jogar na I Liga portuguesa, mas sei como funcionam as coisas. Se der, melhor; se não, que seja uma liga que viva o futebol, que encha os estádios. Claro que o salário é importante, mas a mim o que me dá mais prazer é jogar com os estádios cheios, num ambiente onde as pessoas da cidade gostem do clube, como aqui na Sérvia. Se puder jogar sempre nesses ambientes assim, é o que eu mais quero. O melhor que levamos quando terminar a carreira são as memórias, a adrenalina de jogar com os estádios cheios. Nesse aspecto, sempre desejei jogar na Sérvia e graças a Deus consegui. Agora é continuar e esperar que não haja muitos mais jogos à porta fechada (risos)!