Güiza: desfrutar da ternura dos 40

guizacdrota(Aos 42 anos, Güiza aceitou mudar-se a meio da atual temporada para o CD Rota.)

Daniel Güiza parece não estar interessado em reformar-se: atualmente com 42 anos, o antigo internacional espanhol foi esta quinta-feira apresentado como reforço do CD Rota, emblema localizado em Cádiz que disputa o Grupo 10 da Tercera Divisón RFEF – atual quinto escalão e último de âmbito nacional.
Contratado pelo UD Algaida no último Verão, após cinco épocas consecutivas ao serviço do Atlético Sanluqueño, o ponta de lança vinha dando continuidade à carreira nos Distritais da Andaluzia, onde terá provado que continua a ter capacidade para jogar noutros campeonatos, razão pela qual, muito provavelmente, recebeu a proposta do Rota para voltar aos Nacionais.
Nascido em Jerez de la Frontera, a 17 de Agosto de 1980, Güiza estreou-se como profissional precisamente ao serviço do Xerez, passando depois por Dos Hermanas, Maiorca B (alguns jogos na equipa principal durante os dois anos e meio de ligação), Recreativo de Huelva, Barcelona B, Ciudad de Murcia e Getafe até atingir a ribalta numa temporada em que regressou ao Maiorca e foi o “rei do golo” em Espanha.
Na verdade, o desempenho pelo Getafe, na La Liga, já tinha deixado bons indicadores sobre a veia goleadora que demonstrou, em definitivo, nos maiorquinos: autor de vinte e sete golos em setenta partidas pelos madrilenos em duas épocas, o futebolista andaluz mudou-se novamente para Palma de Maiorca em 2007 e apontou vinte e sete golos em trinta sete jogos no Campeonato, números que fizeram dele o melhor marcador da competição – é, até hoje, o último espanhol a consegui-lo.
Naquela que foi, claramente, a melhor fase da carreira, Güiza mereceu a confiança de Vicente del Bosque para representar a Seleção Espanhola, foi convocado para o Europeu realizado entre Ásutria e Suíça, e deixou a sua marca num torneio que seria histórico para o País: com um golo à Grécia na fase de grupos e outro à Rússia nas Meias-Finais, contribuiu para o inédito título europeu da “Roja”, algo que aumentou o interesse na sua contratação, com o Fenerbahçe a superar a concorrência e a pagar catorze milhões.
Após três anos na Turquia, voltou a Espanha para representar mais uma vez o Getafe, e daí rumou à Malásia aceitando o convite do Johor, transferindo-se posteriormente para os paraguaios do Cerro Porteño, último clube em que alinhou “além fronteiras”, visto que em 2015 assinou pelo Cádiz e dois anos depois reforçou o Atlético Sanluqueño, naquilo que se esperava ser um final de carreira mais tranquilo.
Pegando na famosa canção de Paco Bandeira, podemos então afirmar que Dani Güiza, autor de seis golos em vinte e um jogos pela Espanha, continua a desfrutar do futebol na “ternura dos 40”.