Gonçalo Ramos: o último de uma linhagem longa e de (algum) sucesso

363954272_6412101745511265_1041067752061949381_n(Fernando Cruz, Artur Jorge, Pauleta e Danilo Pereira são alguns dos portugueses que têm o seu nome gravado na história do PSG.)

Gonçalo Ramos protagonizou a mudança mais significativa de um atleta português neste mercado de verão, trocando o Benfica pelo Paris Saint-Germain num negócio avaliado em 80 milhões de euros (65 fixos mais 15 variáveis) “mascarado” de empréstimo. O avançado nascido em Olhão há 22 anos deixou assim o único clube que conhecera na carreira sénior, pelo qual se sagrou campeão nacional na última temporada e em cuja equipa principal jogou por 106 ocasiões e marcou 41 golos, para partir rumo à aventura num país diferente.

Em Paris, encontrará vários compatriotas: dos consagrados Danilo, Nuno Mendes e Vitinha à promessa Serif Nhaga, havendo ainda dúvidas em relação à permanência de Renato Sanches no plantel. Seja como for, é garantido que este será o maior contingente português de sempre num plantel do gigante da capital francesa, que já vai tendo uma ligação significativa a Portugal ao longo da sua História. Passemos então em revista todos os portugueses (jogadores e treinador) que representaram o PSG desde a sua fundação, em 1970.

Fernando Cruz – Um dos nomes míticos do Benfica bi-campeão entre 1960 e 1962. O lateral/médio/ala esquerdo lisboeta tinha 30 anos quando, depois de uma carreira inteira passada a representar as Águias, decidiu aceitar a proposta do conjunto recém-criado para competir na II Liga francesa na temporada 1970/71. Acabaria a época (e a carreira) a celebrar a conquista da prova e consequente promoção ao escalão principal.

goncaloramospsg(Gonçalo Ramos é o mais recente reforço dos parisienses e junta-se assim à “armada lusa” composta por Danilo, Nuno Mendes, Vitinha e Renato Sanches.)

Humberto Coelho – Com 25 anos, e após 7 temporadas como titular indiscutível e patrão da defesa do Benfica, o central natural de Cedofeita, Porto, rumou a Paris no verão de 1975, impondo-se de imediato… e casando-se com a que é ainda hoje a sua esposa. Na segunda época entrou em litígio com o novo treinador e, após breve incursão pelo futebol norte-americano, regressou à Luz, onde ficou até ao fim da carreira.

João Alves – O “Luvas Pretas” representou o PSG apenas durante uma temporada (1979/80), não conseguindo replicar a magnitude das exibições que havia feito antes por Boavista, Salamanca e Benfica – apenas 19 jogos. Aos 28 anos, o criativo nascido em Albergaria-a-Velha regressou aos Encarnados, voltando depois a jogar pelos do Bessa antes de penduras chuteiras com 33 anos, no fim da época 1984/85.

Manuel Abreu – Natural de Fafe, rumou ainda jovem com os pais para França e ali faria toda a carreira, com excepção de uma temporada: 1986/87, onde representou o Braga, 3 anos depois de jogar no PSG (13 jogos pelo emblema da capital francesa), com passagem pelo Nancy pelo meio. Após actuar nos Guerreiros do Minho, o central/médio-defensivo regressou a França para representar equipas de menor dimensão até encerrar a carreira com 37 anos no Stade de Reims.

Daniel Kenedy – Aos 22 anos, e depois de ter representado apenas o Benfica enquanto sénior, o lateral/médio-esquerdo nascido em Bissau mas internacional por Portugal nos escalões jovens rumou ao PSG e foi bastante utilizado: 39 aparições, terminando como vice-campeão de França. A ligação ao clube de Paris, todavia, acabaria por ser encurtada de forma algo surpreendente logo no início da temporada seguinte, 97/98, com o regresso a Portugal pela mão do FC Porto.

kenedy(Em 1996, Kenedy trocou o Benfica pelo PSG, mas a sua experiência na capital francesa durou apenas uma temporada.)

Hélder Baptista – O médio natural de Torres Vedras chegou a Paris em Janeiro de 1999, prestes a celebrar o 27º aniversário e com experiência de I Liga acumulada por Torreense, Farense, Braga e Boavista. Não vingou no PSG, porém (apenas 7 jogos), rumando logo no ano seguinte ao Rayo Vallecano, onde deixaria marca e se manteria até regressar, já veterano, ao clube da sua Torres Vedras natal.

Hugo Leal – Uma das maiores promessas do futebol português na década de 90, o médio nascido em Cascais estreou-se ainda com 16 anos na equipa principal do Benfica e com 18 na selecção A (essa seria, de resto, a sua única internacionalização nessa categoria). Depois de rumar ao Atlético de Madrid com 19 anos, chegaria ao PSG aos 21, em 2001/02, contratado por quase 9 milhões de euros. Após conquistar a Taça de França em 2003/04, saiu para o FC Porto.

Agostinho – Outra grande promessa, que se transferiu para o Real Madrid aos 20 anos, após 2 temporadas a jogar na equipa principal do Vitória SC e uma grande prestação no Mundial de sub-20 em 1995. Em Espanha só despontaria verdadeiramente no Málaga e foi assim que chegou, por empréstimo, ao PSG em 2001/02; após 10 jogos e 1 golo (na Taça), seria devolvido à procedência e regressaria a Portugal para jogar no Moreirense.

Filipe Teixeira – Nascido em França, veio com os pais para Portugal aos 10 anos e começou a dar nas vistas no Felgueiras ainda júnior. Regressou a França aos 21 anos para jogar no Istres e seria contratado pelo PSG no verão de 2002, somando 23 jogos e 1 golo até ao fim do contrato, em 2005 – pelo meio, representou a União de Leiria por empréstimo. Depois disso, o criativo viria a jogar na Premier League pelo WBA e passearia classe nos relvados romenos até aos 38 anos.

jalves(Fiel à sua imagem de marca, João Alves cumpriu somente uma época no PSG.)

Pauleta – Indubitavelmente a grande referência para os futebolistas portugueses no PSG. Contratado no verão de 2003 ao Bordeaux, já com 30 anos, o avançado açoriano viria a tornar-se o melhor marcador da História do clube, com 109 golos em 211 jogos (marca só ultrapassada por Zlatan Ibrahimovic em 2015), despedindo-se dos relvados no fim de 2007/08 após conquistar a Taça da Liga com um golo seu na final – em 2003/04 já havia feito o golo que valera a conquista da Taça de França, troféu que venceu igualmente em 2005/06.

Hélder Cristóvão – Chegou a Paris já veterano, no verão de 2004 e após a segunda passagem pelo Benfica, cumprindo ali a penúltima temporada de uma carreira que prometeu muito mas que acabaria por ser afectada por graves problemas físicos. No PSG, o central nascido em Angola mas internacional A por Portugal em 35 ocasiões fez apenas 16 jogos (e 1 golo), rumando depois à Grécia, onde viria a pendurar as chuteiras com 35 anos após utilização residual no Larissa.

Gonçalo Guedes – Contratado ao Benfica em Janeiro de 2017, ainda com 20 anos, por 30 milhões de euros, o atacante natual de Benavente ficou muito longe de corresponder às expectativas dos parisienses. Após apenas 11 jogos na segunda metade de 2016/17 (conquistando a Taça) e 4 minutos em 2 partidas no início da época seguinte (que lhe valeram a medalha de vencedor da Ligue 1 e da Supertaça), seguiu para o Valencia por empréstimo e não mais voltaria a Paris.

hugoronnie(Hugo Leal foi colega de Ronaldinho em Paris, mas, ao contrário do brasileiro, acabou por não conseguir brilhar durante as 3 épocas que passou no Parc des Princes.)

Danilo – Chegou ao PSG no verão de 2020, cedido pelo FC Porto mas com cláusula de compra obrigatória no fim da época a troco de 20 milhões de euros. Primeiro como trinco e depois como central, o jogador nascido há quase 32 anos em Bissau mas internacional por Portugal em mais de 100 ocasiões (campeão europeu em 2016) foi-se impondo na equipa, a ponto de hoje ser um dos capitães, e soma já 5 troféus conquistados (entre os quais 2 campeonatos).

Nuno Mendes – Contratado em 2021/22 ao Sporting nos mesmos moldes de Danilo, o lateral-esquerdo natural de Sintra impôs-se de imediato como titular indiscutível, apesar da tenra idade (19 anos na altura). Ao todo, contabiliza já 69 jogos (e 32 golos) em 2 temporadas no PSG (com 2 campeonatos e uma Supertaça conquistados), mesmo tendo ficado arredado dos relvados nas últimas semanas da pretérita temporada devido a lesão.

Vitinha – O PSG pagou mais de 40 milhões de euros ao FC Porto para garantir os serviços do médio nascido há 23 anos em Faro há pouco mais de um ano. O criativo luso estreou-se logo como titular na goleada ao Nantes para a Supertaça (4-0) e não mais perderia esse estatuto, acabando a época de estreia em França com 48 jogos (e 2 golos) e festejando também a conquista do campeonato.

vitinhapsg(Contratado no ano passado, Vitinha assumiu-se rapidamente como titular indiscutível no PSG sob o comando de Christophe Galtier.)

Renato Sanches – Aterrou em Paris também há pouco mais de um ano, já com a época em andamento e depois de 3 boas temporadas no Lille (onde se sagrou mesmo campeão). A espaços, o talento foi aparecendo, mas as lesões constantes não lhe permitiram ter a continuidade desejada. Após 27 jogos, dos quais só 8 a titular (e 2 golos), que ainda assim lhe permitiram festejar novo título de campeão, o médio lisboeta de 25 anos parece estar de saída.

Serif Nhaga – Um nome que surge aqui apesar de ainda não se ter estreado oficialmente pelo PSG. Contratado em Janeiro último para reforçar a equipa de juniores, depois de não ter renovado com o FC Porto, o lateral-esquerdo nascido em Bissau mas já convocado para as selecções jovens de Portugal depressa passou a treinar com a equipa principal e foi até convocado por Christophe Galtier em 6 ocasiões, não tendo saído do banco. Agora, prestes a celebrar o 18º aniversário, vai fazendo a pré-época com Luis Enrique e parece ter ganho lugar no plantel para a nova época.

Artur Jorge – Depois da glória europeia ao comando do Porto e de uma passagem menos bem sucedida pelo Matra Racing, o “Rei Artur” regressou a Paris em 1991 para treinar desta feita o maior clube da cidade. O primeiro troféu, a Taça, chegaria na segunda temporada; o maior, o campeonato, seria conquistado à terceira. Voltaria depois ao PSG em 1998, mas para um período de apenas 6 meses e sem sucesso.

*Artigo redigido por Bruno Venâncio, jornalista com passagens pelos jornais “OJOGO”, “Sol” e “I”.

Zlatan Ibrahimovic: provocador, arrogante ou o visionário mais genial

received_217657894441764(Zlatan despediu-se do futebol após a última jornada da Série A.)

O dia 4 de Junho de 2023 ficará para sempre marcado na História do futebol. Não pelo 35º aniversário daquele que vos escreve estas linhas, que isso nada tem a ver com o nosso adorado jogo, mas sim pelo surpreendente adeus de Zlatan Ibrahimovic – é verdade: apesar dos seus 41 anos, a retirada do que é provavelmente o maior futebolista sueco de sempre surgiu de forma inesperada e sem aviso prévio, após o apito final do triunfo caseiro do AC Milan sobre o Verona (3-1), na última jornada da edição de 2022/23 da Serie A.

Até na hora da despedida, Zlatan foi Zlatan. Enquanto fazia, emocionado, o discurso do adeus, alguns adeptos do Verona ousaram vaiá-lo. Péssima ideia, obviamente. “Assobiem, assobiem. Este é o melhor momento do vosso ano, poderem ver-me”, disparou, arrancando mais uma de tantas ovações estrondosas que recebeu nos 6 anos em que actuou com a camisola rossonera, afirmando-se para sempre adepto do clube onde conquistou um campeonato e uma Supertaça na primeira passagem, entre 2010 e 2012, e outro título de campeão nesta segunda “dança”, iniciada em 2020 e terminada agora.

(Foi no Malmo que tudo começou para Zlatan.)

Na temporada agora finda, Zlatan teve contributo quase nulo devido a ruptura dos ligamentos cruzados contraída no decorrer de 2021/22 e que motivou operação no fim da época: foram apenas 4 jogos e 1 golo, na transformação de uma grande penalidade na derrota por 3-1 com a Udinese a 18 de Março (no que se viria a revelar o seu último jogo como profissional), que fez dele o mais velho goleador de sempre da Serie A. Nos dias anteriores ao jogo do passado fim-de-semana, o veterano avançado ainda mostrava vontade em continuar a jogar, de preferência no Milan, revelando mesmo ter em mãos uma proposta do Monza, emblema detido por Silvio Berlusconi e cujo director é Adriano Galliani – duas personalidades que conviveram com Zlatan na sua primeira passagem pelos Rossoneri –, razão pela qual se revelou uma surpresa ainda maior o anúncio do adeus definitivo.

A comoção nos rostos de todos os intervenientes naquele momento, com especial destaque para os seus colegas e dirigentes, é reveladora da importância que Zlatan teve no Milan, mas também no futebol de um modo geral. Nascido na Suécia mas filho de um bósnio e de uma croata, passou por grandes dificuldades na infância e adolescência e agarrou-se ao futebol como um verdadeiro modo de sobrevivência. “No seu lugar, 99 miúdos em 100 tinham-se afundado, mas ele usou a sua ira para melhorar. Ele disse-me ‘David, eu preciso de estar zangado para jogar bem’”, conta David Lagercrantz na biografia “Eu sou o Zlatan Ibrahimovic”, publicada em 2011.

(Na sua única experiência em Inglaterra, Ibrahimovic ajudou o Manchester United a conquistar Liga Europa e Taça da Liga.)

Palavras que podem ajudar a perceber um bocadinho melhor o Zlatan que hoje todo o mundo futebolístico (e não só) conhece, com todos os seus defeitos, virtudes e especificidades. Se há coisa que este rapaz de 1,95 metros, gigante mas dotado de enorme qualidade técnica e finalizador nato, não pode ser acusado é de alguma vez se ter perdido ou ter deixado de ser fiel a si próprio – a começar logo pela recusa em ir prestar provas ao Arsenal de Arsène Wenger, quando tinha apenas 17 anos e jogava na II divisão da Suécia pelo Malmo. “O Zlatan não faz testes”, respondeu ao renomado técnico gaulês.

No seu país, nunca conseguiu ser campeão – o Malmo era demasiado pequeno para esses intentos. A partir de 2001, porém, o palmarés começou a crescer com medalhas e troféus de vários países, tendo os Países Baixos como ponto de partida: em 3 anos no Ajax conquistou tudo o que era possível a nível interno, mas acima de tudo saltou para os holofotes mediáticos com “aquele” golo ao NAC Breda, que viralizou quando ainda não estavam na moda os vídeos virais. Nesse verão, de resto, já se tinha “apresentado” com o golo extraordinário no Euro 2004 a Buffon, mas foi depois daquele tento (eleito o Golo do Ano pelos espectadores da Eurosport) que passou a ser realmente um nome seguido pelo grosso dos amantes de futebol.

(O Ajax foi o primeiro clube de renome na Europa a apostar no sueco.)

Mais do que isso, entrou no radar dos “tubarões”, com a Juventus a apressar-se a garantir os seus serviços nos últimos dias do mercado de transferências desse ano. Em campo, festejaria dois Scudettos pela Vecchia Signora, posteriormente retirados na secretaria; como “vingança”, mudou-se em 2006/07 para o Inter, vencendo todas as provas internas em 3 anos (o último dos quais já sob o comando de José Mourinho, sagrando-se artilheiro da prova pela primeira vez), até que no verão de 2009, tendo a percepção de que dificilmente conseguiria ganhar a Liga dos Campeões pelos Nerazzurri, aceitou ser envolvido na troca com Eto’o e rumar ao Barcelona, acabado de conquistar a prova.

O tiro, porém, acabaria por lhe sair pela culatra. O génio do sueco chocou de frente com uma genialidade… diferente, que vinha do banco, personificada em Pep Guardiola (num mau-estar que dura até aos dias de hoje), e apesar de tudo ganhar em Espanha, viu a Champions fugir… para o Inter, que afastou mesmo o Barça nas meias-finais antes de “limpar” a final com o Bayern. Foi talvez a aposta mais furada da carreira de Zlatan, que depressa regressou a Itália, agora para o Milan, e para o papel de protagonista que sempre procurou, vencendo o campeonato na primeira época e sagrando-se artilheiro da competição pela segunda vez na carreira na segunda.

Considerando já ter acabado a sua missão em Itália, partiu para França como cara principal do início “deste” PSG que hoje conhecemos – por essa altura era o futebolista que mais dinheiro havia gerado em transferências na História do futebol. “Estou à procura de um apartamento. Se não encontrar nada, provavelmente vou comprar o hotel todo” ou “É verdade que não conheço muitos jogadores aqui, mas eles conhecem-me de certeza” foram apenas duas das frases com que se apresentou ao futebol francês.

(Pela principal Seleção da Suécia, o avançado apontou 62 golos em 112 jogos, tendo participado em 3 Europeus – 2004, 2008 e 2012 – e 2 Mundiais – 2002 e 2006.)

Em Paris, terá mostrado a sua melhor versão em toda a carreira, somando golos (156) e títulos em 4 épocas onde foi rei e senhor da equipa – à semelhança do papel que hoje tem Mbappé. Até que se cansou de jogar em “modo fácil” e aceitou o desafio lançado por José Mourinho de tentar conquistar Inglaterra – não sem antes marcar a despedida à sua imagem: “Cheguei como um rei e parto como uma lenda”. Prestes a festejar o 35º aniversário, muitos foram os sobrolhos que se levantaram – e Zlatan fez questão de dissipar todas as dúvidas logo na apresentação, quando respondeu a Cantona, apelidado pelos adeptos do Manchester United como Rei – “Príncipe de Manchester? Não, eu vou ser o Deus de Manchester” –, mas também na estreia, oferecendo a Supertaça ao Manchester United após vitória por 2-1 na final ante o Leicester.

Já levava 28 golos a meio de Abril (e a Taça da Liga conquistada com 2 golos seus na final) quando uma lesão nos ligamentos cruzados do joelho direito nos quartos-de-final da Liga Europa o impediram de continuar a dar o contributo à equipa em campo no que restou da temporada, festejando de muletas a conquista da prova europeia. Regressaria aos relvados em Novembro, depois de proferir mais uma frase mítica – “Os leões não recuperam como homens” –, e em Fevereiro transferiu-se para os Estados Unidos, prometendo tomar de assalto a MLS. E tomou, mesmo não sendo campeão: foram 53 golos em 58 jogos (além das múltiplas aparições em talk-shows de sucesso), deixando bem claro que, mesmo prestes a abraçar a ternura dos 40, o leão ainda tinha muito por rugir.

(Zlatan esteve quatro temporadas no PSG, exibindo-se sempre a um excelente nível.)

Foi nesse contexto que, em Janeiro de 2020, se deu o regresso ao Milan – e mais uma vez, um adeus… à Zlatan aos Estados Unidos: “Queriam o Zlatan, dei-vos o Zlatan. De nada. Agora voltem lá a ver basebol”. Os 10 golos em 17 jogos nos primeiros 6 meses em San Siro mostraram que Zlatan não estava para brincadeiras e os 17 na temporada seguinte confirmaram-no em pleno: além de ser o melhor marcador da equipa, teve contributo decisivo para o regresso à Liga dos Campeões após largos anos de ausência. O papel na conquista do título já foi menos relevante dentro do campo (até por ter passado vários meses a “jogar” com os ligamentos cruzados rebentados, segundo revelou na festa do título), mas por esta altura percebeu-se claramente o efeito que o sueco tinha enquanto líder – e que ajuda a explicar as lágrimas a escorrerem nos rostos dos colegas na hora da despedida.

“Zlatan há só um”, escreveu o Ajax nas redes sociais. “Carreira digna de um Rei”, podia ler-se na publicação do PSG. “Único” era a legenda de um vídeo do Manchester United com alguns dos melhores momentos de Zlatan no clube. “O primeiro jogador de sempre a representar sete clubes diferentes na Liga dos Campeões”, lembrou a UEFA. Ibrahimovic foi tudo isto e muito mais: um jogador genial, com um talento e personalidade únicos, e um sentido de humor apuradíssimo que tantas vezes foi confundido com arrogância.

(Na sua passagem pelos Estados Unidos, Ibra não conseguiu qualquer título com a camisola dos LA Galaxy.)

“Vi que estava a chover e disse: até Deus está triste”, disse na hora do adeus, em mais uma das frases que tantas manchetes e cliques geraram. Zlatan Ibrahimovic foi o pináculo do atleta preferido das redes sociais ainda antes de haver redes sociais: marcou 573 golos em 988 jogos oficiais, alguns deles capazes de figurar seguramente em todas as compilações dos mais belos da História do jogo – desde pontapés de bicicleta a pontapés de escorpião, mais acessíveis para si devido à prática regular de taekwondo, passando por livres directos, remates a 30 metros ou golos de calcanhar.

Neste percurso incrível, ficam apenas três frustrações: a desejada Liga dos Campeões que nunca chegou, a Bola de Ouro/Troféu de Melhor do Mundo da FIFA – ainda que tenha chegado a dizer “Não preciso de um troféu para saber que sou o melhor” – e uma grande campanha pela sua selecção, que representou durante 22 anos. Passou quase incógnito pelos Mundiais de 2002 e 2006 e marcou 2 golos nos Europeus de 2004, 2008 e 2012, chegando aos quartos-de-final apenas no primeiro; em 2016, ficou a zeros e anunciou o adeus à selecção, falhando assim a presença no Mundial 2018, onde a Suécia chegou aos quartos-de-final de forma surpreendente. Voltaria depois, tendo como objectivo disputar o Euro 2020, mas os problemas físicos impediram que tal acontecesse, com os suecos a não conseguirem o apuramento para o último Mundial – tal como havia acontecido em 2014, quando caíram no play-off perante Portugal (Zlatan bisou… mas Cristiano Ronaldo fez um hat-trick), conduzindo à mítica declaração “Um Mundial sem mim não vale a pena”.

(O Milan foi o clube que mais vezes “acolheu” Ibra: duas.)

É, ainda assim, o melhor marcador da História do país (62 golos em 122 jogos), pelo qual coleccionou também momentos inesquecíveis – com “aquele” jogo particular diante de Inglaterra à cabeça, numa vitória por 4-2 onde marcou todos os golos suecos, incluindo um inacreditável pontapé de bicicleta perto da linha lateral que lhe valeu o Prémio Puskàs. Zlatan não liga a prémios, já sabemos, mas todos os adeptos de futebol deveriam sentir-se premiados por poderem ter tido o privilégio de ver Zlatan jogar. Agora, resta o Youtube… e as memórias.

*Artigo redigido por Bruno Venâncio, jornalista com passagens pelos jornais “OJOGO”, “Sol” e “I”.

Jesé: Paris foi ponto de partida para o declínio

jese(A Sampdoria é o mais recente clube de Jesé.)

Jesé Rodríguez é um de muitos casos de futebolistas cujas carreiras profissionais ficaram aquém das expetativas: formado no Real Madrid, integrou a equipa principal dos “merengues” por várias temporadas até ser vendido ao PSG, e, a partir daí, o seu percurso entrou em claro declínio.
Natural de Las Palmas, o extremo chegou à formação do Real em 2007, com 14 anos, e no decorrer da temporada 11/12, quando ainda tinha idade de júnior, foi lançado por José Mourinho na primeira equipa, entrando ao minuto 78 de um triunfo em casa do Ponferradina (2-0) a contar para a Taça – três meses depois voltou a ser suplente utilizado, desta vez em jogo da La Liga diante da Real Sociedad (5-1).
Promovido em definitivo ao plantel principal madridista em 13/14, já sob o comando de Carlo Ancelotti, o espanhol totalizou noventa e dois jogos, dezoito golos e quinze assistências em três temporadas, nas quais venceu duas Liga dos Campeões e dois Mundiais de Clubes, e esse desempenho convenceu o PSG a pagar 25 milhões de euros pelo seu passe no Verão de 2016.
Foi o início do fim: em meia época no Parc des Princes, só fez dois golos em catorze partidas, e em Janeiro já estava a regressar a Espanha para cumprir o primeiro de quatro empréstimos que viria a somar pelos parisienses. Cedido ao Las Palmas, registou três golos e uma assistência em dezasseis jogos na segunda metade de 16/17; e em 17/18 foi emprestado ao Stoke, não sendo feliz em Inglaterra: apenas treze jogos, um golo e uma assistência.
Em 18/19, voltou ao PSG com Thomas Tuchel, mas acabaria por ser emprestado no “mercado de Inverno” ao Bétis após fazer apenas um jogo pelos franceses em meia época: um golo e duas assistências em dezoito encontros pelo emblema de Sevilha não “seduziram” ninguém, e em 19/20 tornou a começar a época nos parisienses, alinhando numa partida antes de ser cedido ao Sporting: pelos “leões”, fez um golo em dezassete jogos e em Abril, numa altura em que a época estava suspensa devido à pandemia, viu o empréstimo ser encurtado e regressou mais cedo a Paris.
Prestes a finalizar o contrato com o PSG, somou as duas últimas aparições pelo emblema francês na primeira metade de 20/21 e no início de Dezembro chegou a acordo para a rescisão, rumando novamente ao Las Palmas em Fevereiro seguinte, onde passou época e meia com números bem mais razoáveis: treze tentos e oito assistências em cinquenta e sete partidas.
Esta época, novamente livre para decidir o futuro, rumou inicialmente ao Ankaragücü da Turquia, por quem participou em dezasseis jogos até Janeiro (cinco golos e um passe decisivo), altura em que rescindiu contrato, acabando já este mês por se tornar reforço da Sampdoria, que luta contra o tempo para se manter na Serie A – estreou-se na última semana diante do Bolonha.
Jesé, que hoje completa o 30º aniversário (nasceu a 26/02/1993), está então agora a viver um novo desafio de uma carreira que se esperava bem mais regular e para “outros voos”.

Uruguai: Cristián Rodríguez encerra carreira

cristianrodriguez(Cristián Rodríguez representou Benfica e FC Porto e em ambos se apresentou a bom nível.)

Sem ter feito qualquer anúncio oficial, o uruguaio Cristián Rodríguez, que em Portugal representou Benfica e FC Porto, terá, ao que tudo indica, terminado a carreira de futebolista aos 37 anos.
Através da sua conta na rede social instagram, o avançado partilhou nas últimas horas vários “stories” com mensagens de antigos companheiros a felicitarem-no pelo percurso que efetuou – Diego Godín e Luís Suárez foram dois deles -, algo que parece indicar o fim de carreira do jogador que ficou conhecido pela alcunha de “Cebolla”.
Produto da formação do Peñarol, o esquerdino despontou ao mais alto nível precisamente no histórico emblema do seu País, e no final de 2005, com apenas 20 anos, acabou vendido ao Paris Saint-Germain, onde não se conseguiu afirmar durante época e meia. Por isso, os parisienses aceitarem cedê-lo ao Benfica em 07/08, e o extremo mostrou na Luz o que valia, assinando sete golos e três assistências em trinta e seis jogos.
O seu desempenho pelos encarnados gerou o interesse do… FC Porto, que no Verão de 2008 pagou sete milhões de euros ao PSG pelo seu passe: no Dragão, Rodríguez cumpriu quatro épocas, registando dezasseis golos e outras tantas assistências em 120 jogos, números que contribuíram para a conquista de três Campeonatos, três Taças de Portugal, duas Supertaças e uma Liga Europa – e se numa fase inicial esta mudança até foi aceite de forma relativamente pacífica pelos adeptos encarnados, o caso mudou de figura quando o jogador, poucas semanas depois, afirmou ter precisado de apenas cinco minutos para assinar com os azuis e brancos.
Em 2012, rumou ao Atlético de Madrid a custo zero, mas, mais uma vez, não se conseguiu impôr totalmente num contexto mais competitivo e ainda foi emprestado ao Parma e ao Grêmio em 2015, antes de se libertar em definitivo do contrato com os “colchoneros” e assinar, também a custo zero, pelos argentinos do Independiente, onde viria a permanecer durante ano e meio, voltando depois ao Peñarol no início de 2017.
De regresso ao seu clube, o avançado teve duas temporadas de altíssimo nível, apontando vinte e nove golos em sessenta e três jogos, números que baixaram quase drasticamente nos dois anos seguintes, já que fez somente nove golos em sessenta e dois jogos, rumando em 2021 aos também uruguaios do Plaza Colonia, emblema que representou até ao final do último ano cívil e onde terá então encerrado a carreira – pela principal Seleção Uruguaia, venceu a Copa América em 2011 e marcou onze golos em 110 internacionalizações.

Juventus – PSG: com a Supertaça Europeia na memória

FOOT SUPERCOUPE 1997 PSG-JUVENTUS (1-6)(Raí tenta fugir a Deschamps durante a primeira mão da Supertaça Europeia disputada em Janeiro de 1997.)

A receção da Juventus ao PSG esta noite, a contar para a última jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões, pode ditar a surpreendente eliminação da “Vecchia Signora” das competições europeias desta temporada: com apenas três pontos em quinze possíveis, os italianos correm o risco de ficar no quarto e último lugar do Grupo H, torcendo até pela vitória do Benfica diante do Maccabi Haifa.
Um cenário que, a confirmar-se, será autenticamente desastroso para um clube habituado à elite Europeia e que já se sagrou Campeão Europeu por duas ocasiões, 1985 e 1996, sendo que essa última conquista proporcionou um duelo justamente com os parisienses na discussão da Supertaça Europeia, então ainda realizada a duas mãos, com cada equipa a poder jogar no seu estádio.
Há vinte e seis anos, ao contrário do que acontece agora, a diferença entre a qualidade dos planteis pendia favoravelmente para o lado da Juve: com jogadores como Zidane, Del Piero, Deschamps, Jugovic, Di Livio, Peruzzi, Lombardo ou Amoruso, a turma comandada por Marcello Lippi trocidou autenticamente um Paris Saint-Germain orientado pelo nosso bem conhecido Ricardo Gomes, e que tinha no seu plantel o português Kenedy, além de atletas como Raí, Leonardo, Bruno N’Gotty, Dely Valdés, Lama ou Paul Le Guen.
Vencedores da Taça das Taças, numa final com os austríacos do Rapid Viena (1-0), os franceses não tiveram mesmo maneira de contrariar a formação “bianconera”, Campeã da Europa meses antes “à custa” do Ajax, num jogo que só se decidiu através do desempate por grandes penalidades, com os italianos a ganharem por 4-2 após o empate a uma bola registado no final dos 120 minutos.
A 15 de Janeiro de 1997, o Parc des Princes “vestiu-se de gala” para receber a primeira mão da Supertaça Europeia, mas o público da casa estava longe de imaginar o “pesadelo” que ia ter naquela noite: ao intervalo, já a Juventus vencia por 4-0 – Porrini (4′), Padovano (22′ e 40′) e Ferrara (33′); e o resultado final cifrou-se num impressionante 1-6, com Lombardo (83′) e Amoruso (88′) a aumentarem o “score” depois de Raí ter reduzido de penalti aos 52′.
Três semanas depois, a 5 de Fevereiro, no já desaparecido Estádio Delle Alpi, a “Vecchia Signora” limitou-se a gerir a larga vantagem que alcançou em Paris, triunfando por 3-1, com os golos de Del Piero (35′ e 70′) e Vieri (90′) a sobreporem-se a uma nova grande penalidade convertida por Raí (90′), confirmado desta forma a segunda Supertaça Europeia da sua história, depois do sucesso em 1984.
Esta noite, a partida entre Juventus e PSG não vale a conquista direta de um troféu, mas é, sem dúvida, um jogo importantíssimo para os adeptos “bianconeros” e para o próprio clube, que está, claramente, longe daquilo que costuma ser, tanto nas provas europeias como nas provas internas.

PSG vs. equipas portuguesas: vantagem tangencial

BragaPSG0809(João Pereira parece encolher-se perante o remate de Mateja Kezman durante o Sp. Braga 0-1 PSG da Taça UEFA 08/09.)

A vantagem do Paris Saint-Germain em confrontos com equipas portuguesas faz-se por apenas um triunfo: em catorze jogos, os parisienses somam seis vitórias contra cinco derrotas, numa contabilidade que engloba duelos com Benfica, Boavista, FC Porto e Sp. Braga.
Fundado em 1970, o PSG só em 2002 se estreou a jogar de forma oficial diante de clubes lusos, defrontando o Boavista na 3ª Eliminatória da Taça UEFA: na primeira mão, realizada no Parc des Princes, os franceses ainda venceram por 2-1, mas quando vieram ao Bessa, saíram vergados a uma derrota por 0-1 que ditou a eliminação, cortesia de Elpídio Silva.
Duas temporadas depois, 04/05, foi a vez de outro clube da “cidade Invicta” encontrar o emblema da capital gaulesa: Campeão Europeu em título, o FC Porto ficou no mesmo grupo do PSG na Champions, mas não somou vitórias, empatando sem golos em casa depois de ter perdido por 0-2 em França (Pauleta marcou um dos tentos); e em 12/13, igualmente na fase de grupos da prova milionária, os dragões ganharam no Dragão por 1-0 (James Rodríguez) e perderam em Paris por 1-2.
Por sua vez, o Benfica é o clube português que mais vezes mediu forças com o PSG em jogos oficiais e esta temporada vai reforçar esse estatuto, sendo que, para já, as águias ganharam os três jogos que fizeram em casa com os franceses, embora nunca tenham ganho em Paris, numa história que começou na Taça UEFA de 06/07: na primeira mão dos 16-Avos-de-Final, os encarnados perderam fora por 1-2 (mais um golo de Pauleta), mas ganharam na Luz por 3-1 com os golos de Petit e Simão (2) a sobreporem-se a mais um do goleador açoriano.
Seria igualmente a contar para os 16-Avos-de-Final da segunda competição da UEFA que os emblemas se reencontraram em 10/11: sob o comando de Jorge Jesus, o Benfica venceu primeiro em casa por 2-1 (Maxi Pereira e Jara) e empatou fora a uma bola (Gaitán); e em 13/14, agora na fase de grupos da Liga dos Campeões, a turma da Luz perdeu em Paris por 0-3 e ganhou em Lisboa por 2-1 (Lima e Gaitán).
Finalmente, o Sp. Braga, que curiosamente também era orientado por Jorge Jesus quando defrontou o PSG, não conseguiu superar os azuis e vermelhos nos 16-Avos-de-Final da Taça UEFA 08/09, ficando pelo caminho devido à derrota caseira por 0-1 na segunda mão, após ter conseguido empatar sem golos no Parc des Princes.
Esta noite, o Benfica recebe o PSG a partir das 20h, naquele que será o sétimo jogo oficial entre os clubes, o terceiro na Liga dos Campeões – o segundo jogo entre ambos realizar-se-á na próxima semana, dia 11, também com início às 20h de Portugal Continental.

Gianluigi Buffon: há 26 anos nasceu uma lenda

buffon(Buffon festeja o primeiro golo do Parma na final da Taça UEFA diante do Marselha. O guardião passou seis temporadas na primeira equipa dos “crociati”.)

O dia 19 de Novembro será, para sempre, uma data marcante na história do futebol e na vida de Gianluigi Buffon: foi nesse dia, no ano de 1995, que o guarda-redes italiano se estreou, então com 17 anos, pela equipa principal do Parma.
Descoberto pelo Parma em 1991, no modesto Bonascola, clube dos arredores de Carrara, a sua cidade natal, Buffon estreou-se pela equipa sénior dos “crociati” diante do Milan, na Serie A, e superou o primeiro grande teste que teve, já que não sofreu golos (0-0).
Na semana seguinte, manteve a titularidade contra a Juventus (1-1), acabando por fazer, nessa época de 95/96, nove jogos que deram garantias a uma eventual aposta que surgiu logo na temporada seguinte, quando se tornou, em definitivo, “dono” da baliza azul e amarela.
Até 2001, Gigi fez mais de duzentos jogos pelo Parma, ao lado de nomes como Paulo Sousa, Sérgio Conceição, Thuram, Asprilla, Verón, Cannavaro ou Crespo, ajudando o clube a conquistar Taça UEFA, Taça de Itália e Supertaça italiana, antes de ser vendido à Juventus por um valor acima dos 54 milhões de euros, que fez dele o guarda-redes mais caro da história durante dessazete anos.
Em Turim, o “portiere” cumpriu dezassete temporadas consecutivas, venceu vinte e dois títulos – dez campeonatos -, e superou o recorde de minutos sem sofrer golos na Serie A que pertencia a outro guardião lendário, Rossi, mas o maior feito de Buffon, para os adeptos da Juve, foi mesmo não ter saído da “Vecchia Signora” quando esta caiu à Serie B.
De forma inesperada, deixou a Juventus em 2018 para rumar ao Paris Saint-Germain, mas apenas um ano depois já estava de volta aos “bianconeri”, cumprindo mais duas temporadas até regressar, esta época e aos 43 anos, ao Parma, com o objetivo de recolocar o conjunto parmesão na Serie A.
Campeão do Mundo pela Itália em 2006 – 176 internacionalizações -, Buffon foi ainda considerado pela IFFHS, em 2013, o melhor guarda-redes dos últimos 25 anos, superando nomes como Casillas, Van der Sar, Schmeichel, Oliver Kahn ou Cech, distinção que diz muito sobre a sua qualidade e importância, mas que também é refletora do estatuto que foi acumulando ao longo do tempo.
Gigi Buffon é, de resto, um daqueles casos raros no futebol: a sua postura numa carreira que já vai longa fá-lo ser admirado e adorado por todos os colegas, adversários, adeptos e demais intervenientes no jogo, algo que não está propriamente ao alcance de todos.
Perante tudo isto, podemos afirmar que Gianluigi Buffon é uma lenda do futebol. E tudo começou a 19 de Novembro de 1995, ou seja, há 26 anos.