O regresso de Manuel Machado

(Manuel Machado estava desempregado desde que deixou o Moreirense em Outubro de 2017.)

Manuel Machado regressa amanhã, oficialmente, ao banco de suplentes, para se estrear no comando técnico do Berço, frente ao Vilaverdense, na 1ª Eliminatória da Taça de Portugal.
Aos 64 anos, o técnico vimaranense volta ao ativo precisamente num clube também ele do concelho de Guimarães, e que se prepara para fazer a segunda temporada consecutiva no Campeonato de Portugal.
Depois de Vitória SC e Moreirense, o Berço é já o terceiro clube de Guimarães que Manuel Machado orienta, ele que, recorde-se, foi finalista vencido da Taça de Portugal pelos vitorianos em 10/11, e subiu o Moreirense da II Divisão B à I Liga em apenas duas épocas – 00/01 e 01/02.
Ainda na Taça de Portugal, nota para o facto de por duas vezes consecutivas, 99/00 e 00/01, Manuel Machado ter chegado aos Quartos-de-Final da prova com equipas da II Divisão B – Fafe e Moreirense -, acabando eliminado por FC Porto e Boavista respetivamente.
Amanhã, quase três anos depois – não treinava desde Outubro de 2017 -, Manuel Machado regressará ao banco de forma oficial.

Mota: “Tem sido uma época memorável e fantástica a todos os níveis”

(Em época de estreia nos Distritais, Mota soma nove golos em trinta jogos ao serviço do Berço na Divisão Pró-Nacional da AF Braga.)

Fundado em 2016, em Guimarães, o Berço Sport Clube está imparável: três épocas, três subidas, a última das quais para o Campeonato de Portugal, onde o clube estará na próxima temporada.
Sem campo próprio, o Berço anda com “a casa às costas”, mas nem isso tem impedido o sucesso do clube vimaranense, que pretende, agora, solidificar-se no Campeonato de Portugal durante os próximos anos.
O “Conversas Redondas” chegou à fala com Mota, médio da equipa, que começou por falar sobre aquilo que tem sido a atual temporada:
“Tem sido uma época memorável e fantástica a todos os níveis, quer a nível individual, quer a nível coletivo, e estou a adorar cada momento vivido aqui no Berço. Desde a pré-época que já se notava um Berço muito forte, quer na estrutura, quer nos jogadores. Nem tudo foi um “mar de rosas”, pois enfrentamos muitas adversidades, desde já porque não temos estádio próprio e dividimos o campo para treinar, o que torna os treinos mais limitados. A época foi e está a ser totalmente positiva, pois já fomos Campeões e estamos na Taça que é outro objetivo do clube, sem esquecer a Taça do Minho, que também queremos ganhar, como é óbvio”, contou.
A formação de Guimarães festejou a sua terceira subida consecutiva no passado domingo, após vencer o Brito, por 2-1, e pôde finalmente festejar a duas jornadas do fim do campeonato.
Decorridas que estão trinta e duas jornadas, o Berço tem nove pontos de vantagem para o Pevidém, que é segundo classificado, fruto de vinte vitórias, oito empates e quatro derrotas, cinquenta e cinco golos marcados e vinte e três sofridos.
Segundo Mota, a competitividade do campeonato não deixava antever que a equipa celebrasse a duas jornadas do término da Divisão Pró-Nacional da AF Braga, mas, por outro lado, o atleta defende que o grupo de trabalho sabia que, mais tarde ou mais cedo, acabaria por “resolver” o campeonato:
“Devido ao campeonato ser tão competitivo, não era expectável sermos Campeões a duas jornadas do fim, mas sabíamos que, mais tarde ou mais cedo, isso ia acabar por acontecer, porque o nosso grupo de trabalho é muito competitivo, e queríamos resolver o campeonato o mais rápido possível”, afirmou.
Com o principal objetivo da época consumado, o Berço vira agora as suas atenções para a Taça da AF Braga, em que está, neste momento, a “meio” das Meias-Finais, depois de ter vencido, na primeira mão, em casa do São Paio D’Arcos, por 3-2.
Mota sublinha que a Taça era um objetivo secundário para o clube, mas, agora, garante que o grupo de trabalho tudo irá fazer para estar na final e dar mais uma alegria à estrutura do Berço SC:
“A campanha na Taça vem comprovar a força do Berço, pois todos os jogadores menos utilizados jogaram e deram uma resposta muito positiva dentro de campo, mostrando ao mister que todo o plantel tem valor para jogar contra qualquer equipa e em qualquer altura do campeonato. A Taça sempre foi um objetivo secundário do Berço, pois o foco principal era o campeonato. Nas duas primeiras eliminatórias jogamos contra equipas históricas e de muito valor do nosso campeonato, Vieira e Prado, nas quais passamos sempre nos penaltis. Nas duas eliminatórias seguintes, jogamos contra equipas da Divisão de Honra, São Cosme e Martim, que também mostraram que em divisões inferiores existe muita qualidade. Felizmente estamos nas Meias-Finais, contra o São Paio d’Arcos, que tem uma excelente equipa, e estamos em vantagem com uma vitória na primeira mão. Vamos fazer de tudo para estar a disputar a final, pois de certeza que será um dia memorável para toda a estrutura do Berço”, frisou.
Depois de ter começado bem o campeonato, a equipa teve uma fase menos boa em termos de resultados que a atiraram para a sétima posição, mas, depois, o Berço “encarreirou” e salvo algumas jornadas em que caiu para o segundo e terceiro lugar, acabou por dominar a Pró-Nacional de Braga com relativa tranquilidade.
Mota explica qual foi o “segredo” do sucesso:
“Penso que o ‘segredo’ do nosso sucesso foi aliar a qualidade individual e coletiva, ao trabalho, à dedicação, ao querer vencer na vida e ao espírito que se cria dentro de um balneário. E nós, nesse aspeto, criámos uma verdadeira família dentro e fora de campo”, assegurou.
Atualmente com 26 anos, o médio centro que também pode atuar a defesa esquerdo ou extremo esquerdo, faz esta temporada a sua estreia nos Distritais, depois de ter andado sempre pelos Campeonatos Nacionais, incluindo pela II Liga, ao serviço do Penafiel.
Com trinta jogos e nove golos na Pró-Nacional da AF Braga, Mota mostra-se tranquilo em relação ao seu futuro, apontando o seu foco aos troféus que ainda pode conquistar pelo Berço, mas deixa a garantia de que quer continuar a jogar futebol, desde que seja conciliável com o seu emprego:
“Em relação ao meu futuro, só mesmo o tempo o dirá, pois o futebol é um “part-time”, que tenho de conciliar sempre com o meu emprego atual. Acho que ainda é um bocado cedo para pensar na próxima época, visto que o meu foco atual é conquistar os restantes troféus pelo Berço. Mas, claro, penso em continuar a jogar futebol, uma vez que é indispensável na minha vida”, finalizou.
Hélder Mota começou a jogar nas Escolinhas do Vitória SC, onde esteve até aos Iniciados, mudando-se depois para o Fair-Play, uma equipa localizada nas Caldas das Taipas, onde fez um ano de Iniciado e dois de Juvenil. Nos Juniores, transferiu-se para o Penafiel, onde subiu a sénior na II Liga, passando, depois, por Rebordosa, Sobrado, Pedras Salgadas, Felgueiras e São Martinho, tendo chegado esta temporada, como já foi mencionado, ao Berço SC.