14 de Fevereiro: cinco casos portugueses de amor ao clube

331236590_749427876364391_223297894177635695_n(André, Bessa, Bruno Reis, Pedro Aguiar e Thomas Militão só conheceram um único clube até hoje.)

Aproveitando esta data, famosa por ser o Dia da Celebração do Amor, a nossa página enumera cinco casos de futebolistas portugueses em atividade que, até hoje, só representaram um único clube tanto na formação como a nível sénior.
São, por isso, exemplos raros de amor à camisola e aos clubes que representam desde sempre, algo que, como é sabido, começa a ser muito difícil de encontrar nos tempos que correm, até mesmo no próprio futebol internacional.
Posto isto, e sem mais demoras, ficam aqui esses exemplos:

André (Milheiroense)

Natural de Milheirós de Poiares, concelho de Santa Maria da Feira, André está ao serviço do clube da sua terra desde 2001, ano em que ingressou naquele que era então o escalão mais baixo: escolinhas.
Central de posição, cumpriu onze temporadas nas camadas jovens do emblema preto e vermelho, e em 11/12, prestes a terminar o processo formativo, teve o “prémio” de se estrear pela equipa principal, entrando na segunda parte da última jornada da I Divisão Distrital da AF Aveiro diante do Canedo.
Promovido em definitivo ao escalão sénior meses depois, tornou-se, nos últimos anos, uma das principais referências do clube, especialmente por nunca o ter abandonado nos momentos mais difíceis: num curto espaço de tempo, o Milheiroense passou do primeiro para o terceiro escalão do seu Distrito, mas não perdeu o capitão.
Atualmente com 29 anos (15/10/1993), André Vieira cumpre a 22ª temporada ao serviço do seu clube.

Bessa (Foz)

Aos 36 anos, Hugo Bessa é, seguramente, um dos futebolistas atuais com maior longevidade nos Campeonatos Distritais da AF Porto: sénior desde a longínqua temporada 2005/06, jogou em todos os escalões portuenses pelo Foz, único clube que representou até hoje no “desporto rei”.
Nascido a 19 de Setembro de 1986, este central ou médio defensivo entrou no emblema fozeiro em 1998, para jogar nas escolinhas, e cumpriu toda a formação de preto e branco, excetuando o primeiro ano de juvenil, em que decidiu trocar de modalidade e teve uma passagem pelo futsal com a camisola da Juventude de Gaia.
De regresso ao Campo da Ervilha logo na temporada seguinte, não mais voltou a sair, tendo contribuido para o grande crescimento que o clube tem tido nos últimos anos, que resultou, por exemplo, na ascensão à Divisão de Elite, patamar mais elevado da AF Porto, e no histórico apuramento para a Taça de Portugal em 2020.
Contas feitas, esta é a 24ª época que Bessa cumpre no Foz, a 21ª consecutiva.

Bruno Reis (Portimonense)

Jogador do Portimonense desde 2011, ano em que se juntou aos infantis do clube, Bruno Reis terminou a formação em 2018 e, desde então, já somou 10 jogos pela equipa principal dos algarvios, 5 deles na temporada atual: 3 na I Liga e 2 na Taça da Liga.
Após cumprir sete épocas nas camadas jovens, passou para a recém criada equipa de Sub-23 quando atingiu a “maioridade futebolística”, e o seu desempenho nesse escalão agradou a António Folha, técnico da formação principal, que a 16 de Fevereiro de 2019, em Guimarães contra o Vitória, o lançou aos 82 minutos da partida que terminou com triunfo caseiro (0-2) – entrou ainda na Luz diante do Benfica (1-5), além de ter sido várias vezes suplente não utilizado.
Até à última temporada, o médio de 23 anos foi-se “desdobrando” entre equipa A e Sub-23, mas só em 21/22 é que voltou a contar minutos pela equipa principal, tendo, curiosamente, jogado no Dragão contra o FC Porto (0-7) e em Portimão na receção ao Sporting (2-3) – esta época, até pelo limite de idade da Liga Revelação, foi promovido em definitivo à turma comandada por Paulo Sérgio.
Nascido a 20 de Julho de 1999, Bruno Reis leva já 12 temporadas de Portimonense.

Pedro Aguiar (Angrense)

Pauleta será, muito provavelmente, o Pedro mais famoso da história do Angrense, mas não é, nem de longe nem de perto, o Pedro com mais anos ao serviço do emblema açoriano: essa distinção pertence a Pedrinho, médio ofensivo de 33 anos que está no clube desde 1997.
Natural precisamente de Angra do Heroísmo (12/11/1989), Pedro Aguiar começou a jogar nas escolinhas e passou onze épocas nas camadas jovens da turma vermelha e branca, tendo subido à primeira equipa ainda com idade de júnior, apesar de, oficialmente, isso ter acontecido em 08/09, temporada em que o seu clube disputou a extinta III Divisão Nacional.
Atualmente, tanto o jogador como o Angrense cumprem a quinta época das suas vidas no Campeonato de Portugal, e o registo do atleta naquele que é, agora, o quarto escalão do nosso futebol, tem números bem interessantes: contando com a temporada atual, soma 44 golos em 120 jogos (2/11 em 22/23).
No total, entre formação e equipa sénior, Pedrinho tem 26 épocas de Angrense.

Thomas Militão (Caldas)

Conhecido por ser um clube familiar que gosta de manter a maioria dos seus plantéis de umas épocas para as outras, o Caldas tem em Thomas Militão um grande exemplo de amor e lealdade às cores que representa.
No clube desde 2001, ano em que entrou para as escolinhas, o central cumpriu dez temporadas na formação, duas por cada escalão, e subiu aos seniores em 11/12, estreando-se pela equipa principal na II Divisão Nacional, numa época que seria de má memória para o emblema das Caldas da Raínha, visto que não evitou a descida.
Nascido em França, a 11 de Fevereiro de 1992, Militão rapidamente se impôs na equipa titular dos “pelicanos”, e nas últimas temporadas tem sido uma das principais “peças chave” no sucesso do emblema preto e branco, que tem dado cartas tanto nos Campeonatos que disputa como na Taça de Portugal – esta época, recorde-se, foi a penaltis com o Benfica; e em 17/18 chegou às Meias-Finais, perdendo com o Aves.
Com dez temporadas na formação e doze na equipa sénior, Thomas Militão, de 31 anos, cumpre a 22ª temporada no Caldas.