Celso Raposo: a aposta no risco tem corrido de feição

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Celso Raposo, lateral direito que representa os búlgaros do Lokomotiv Sófia, é o destaque desta semana na rubrica/parceria entre a nossa página e a página À bola pelo Mundo:

Três jogos disputados, dois pontos conquistados e uma certeza no Lokomotiv Sófia versão 2022/23: se há jogada de golo, muito provavelmente Celso Raposo está envolvido. O lateral-direito natural do Barreiro já tinha sido essencial para o tento do Lokomotiv no derby ante o histórico CSKA (1-1), ao ver um remate seu a ser desviado com o braço de um adversário na área contrária – na grande penalidade consequente o Lokomotiv abriu o marcador –, e no último fim-de-semana voltou a ser decisivo para novo ponto conquistado pela equipa da capital da Bulgária, com um cruzamento com conta, peso e medida para o golo que selou o 1-1 final já ao minuto 86 da visita ao reduto do Beroe.

A iniciar a segunda temporada no futebol búlgaro, Celso Raposo está já a apenas uma assistência de igualar os registos conseguidos em 2020/21, faltando-lhe agora tentar igualar ou superar também a marca de golos (dois). Pode dizer-se, de resto, que a primeira época do lateral luso na Bulgária correu de feição: 28 vezes titular em 29 utilizações, cotando-se como um dos destaques da equipa que se coroou vencedora da fase de permanência, depois do 12º posto na fase regular do campeonato, assegurando assim lugar no principal escalão para a nova temporada.

Este, todavia, esteve longe de se constituir como a primeira grande aventura na carreira de Celso Raposo. Na verdade, e depois de um percurso formativo com passagens por Moitense, Sporting, Fabril do Barreiro e Barreirense, o defesa natural da Margem Sul rumou ao desconhecido logo no primeiro ano de sénior (2015/16), rumando a Espanha para representar o modesto Alginet. Na época seguinte continuou nos escalões amadores do futebol espanhol, actuando primeiro pelo Tomelloso e depois no Quintanar del Rey, e no verão de 2017 voltou a casa, reforçando o Fabril do Barreiro, então na I Divisão Distrital de Setúbal.

As boas exibições ao serviço do emblema barreirense chamaram a atenção de emblemas de outros patamares e a meio da temporada surgiu a possibilidade de se estrear no Campeonato de Portugal pela porta do Almancilense, onde conquistaria a Taça do Algarve. A descida de divisão do emblema algarvio não afectou Celso Raposo, que permaneceu no terceiro escalão do futebol nacional a convite do Praiense: mais uma viagem, agora rumo aos Açores, onde seria peça importante na belíssima temporada do emblema orientado por Francisco Agatão, que venceu a Série D do Campeonato de Portugal e acabou por falhar a subida à II Liga ao ser eliminado pelo Casa Pia nas meias-finais do play-off.

Mais uma vez, porém, Celso Raposo acabaria por subir um patamar, sendo contratado pelo Cova da Piedade para 2019/20 e tendo assim a oportunidade de disputar uma liga profissional pela primeira vez na carreira. O lateral-direito barreirense cumpriu 11 jogos pelo emblema de Almada, todos como titular, e mais três na equipa de sub-23, perdendo a hipótese de somar mais minutos com a decisão abrupta de interromper de forma definitiva a II Liga na sequência do surgimento da pandemia do coronavírus. Regressou então ao Campeonato de Portugal para actuar no Pinhalnovense, até que em Abril de 2021, finda a época para o emblema de Pinhal Novo, resolveu aceitar o convite do Vestri e assim viajar até à longínqua Islândia.

A aventura nórdica, porém, durou pouco mais que três meses. Após 8 jogos realizados na II Divisão islandesa, Celso Raposo não enjeitou a possibilidade de pela primeira vez na carreira poder jogar num escalão principal e rumou assim à Bulgária, onde vai consolidando o seu crescimento enquanto jogador semana após semana. Aos 26 anos, o lateral-direito que tem na forte propensão ofensiva e na qualidade dos cruzamentos as principais valias (como se pode constatar pela jogada que resultou na assistência na derradeira jornada) ainda tem várias temporadas de futebol pela frente e todos os indicadores apontam para vôos mais altos num futuro próximo, até tendo em conta que a sua ligação contratual com o Lokomotiv Sofia é válida apenas por mais uma temporada. À atenção de emblemas nacionais profissionais, naturalmente, bem como de agentes/directores/treinadores de equipas de campeonatos de expressão imediatamente acima do búlgaro.

Mohcine Hassan: de Faro ao Luxemburgo para brilhar na Champions

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Mohcine Hassan, ponta de lança ao serviço dos luxemburgueses do Dudelange, é o destaque desta semana na rubrica/parceria entre a nossa página e a página À bola pelo Mundo:

Está encontrado o primeiro português a marcar um golo na edição de 2022/23 da Liga dos Campeões. O nome até pode confundir, mas as origens não enganam ninguém: Mohcine Hassan Nader nasceu em Faro, onde residiu e fez toda a formação futebolística até ao segundo ano de júnior, quando se mudou para o Vitória FC. Após vários empréstimos regressou ao Algarve para representar o Olhanense e no verão de 2020 emigrou para o Luxemburgo e foi no Grão-Ducado que esta quarta-feira se estreou a marcar na maior prova europeia de clubes (ainda que, obviamente, numa fase preliminar), apontando o golo que deu a vitória ao Dudelange sobre os albaneses do Tirana (1-0).

Campeão luxemburguês há pouco mais de um mês, o Dudelange é treinado por Carlos Fangueiro, antigo extremo de renome no futebol nacional, e tem forte componente lusa no plantel, seja com jogadores nascidos em Portugal (Jocelino Silva, e Bruno Freire, ambos suplentes não utilizados na primeira mão da primeira pré-eliminatória de acesso à fase de grupos da Champions, bem como Francisco Ninté, lançado em campo ao minuto 82), seja com luso-descendentes, como João Alves ou Hugo Antunes. E até Manuel da Costa, que chegou a ser convocado por Luiz Felipe Scolari para a selecção nacional, após somar 26 internacionalizações nos escalões jovens, tendo entretanto passado a actuar por Marrocos, e que aos 36 anos, depois de passagens por PSV Eindhoven, Fiorentina, Sampdoria, West Ham ou Olympiacos, foi o reforço mais sonante do clube luxemburguês para atacar a nova temporada.

Marrocos, na verdade, é igualmente um país amado para Mohcine Hassan – e o apelido, aliado ao local de nascimento (e já agora, à data: 30/09/1994), certamente já terá ajudado a perceber de quem poderá ser descendente: Hassan Nader, pois claro, o mítico avançado do Farense que nessa altura se encontrava no auge da sua passagem por Portugal (foi nessa época que apontou 21 golos no campeonato, sagrando-se melhor marcador pela equipa que de forma inédita se apurou para as competições europeias e conquistando a transferência para o Benfica). Avançado como o pai, Hassan filho fez-se menino e adolescente na formação do Inter de Almancil e a maioridade, viria a atingi-la em Setúbal, por quem cumpriu o segundo ano de júnior (2012/13); após empréstimos a Casa Pia e Pinhalnovense, teve em 2015/16 a primeira oportunidade no plantel sénior do Vitória sadino e marcou na estreia como titular, abrindo a contagem numa vitória caseira sobre a Académica (2-1) que se viria a revelar decisiva para a obtenção da permanência (o Vitória terminou o campeonato na 15ª posição, um ponto acima do 17º e primeiro despromovido, o União da Madeira).

Esse acabaria por ser, porém, o único golo de Mohcine Hassan na I Liga até aos dias de hoje. A aposta de Quim Machado não teve continuidade para José Couceiro na época seguinte e o avançado luso-marroquino, após 13 partidas disputadas pelos sadinos, foi novamente cedido a um clube secundário, no caso o Freamunde, onde não conseguiria ser feliz: apenas 3 golos em toda a época, e curiosamente todos no mesmo jogo, diante dos amadores do Cerva para a Taça de Portugal, com os Capões a descerem para o terceiro escalão no fim da temporada. Em 2017/18, novo empréstimo, agora num regresso ao Algarve, para tentar ajudar o histórico Olhanense a regressar de imediato à II Liga.

Mesmo sem ter dado muito nas vistas (apenas 3 golos, mais uma vez), e com o objectivo do emblema algarvio a não ser atingido, Mohcine Hassan acabou por assinar definitivamente pelo conjunto de Olhão no verão de 2018 e a verdade é que essa estabilidade parece ter contribuído para uma melhoria do seu rendimento: 9 golos em 2018/19 e 15 na época seguinte, até hoje a melhor marca da sua carreira – e que acabou por ficar prejudicada em todos os sentidos com a interrupção abrupta do Campeonato de Portugal devido ao surgimento da pandemia do coronavírus, pois o Olhanense havia vencido a série D e acabou por não beneficiar da promoção à II Liga por ter menos pontos conquistados que Vizela e Arouca nas respectivas séries.

A belíssima temporada em termos individuais abriu outras portas para o avançado algarvio e foi assim que surgiu a possibilidade de rumar ao Dudelange, um dos maiores emblemas do Luxemburgo. Na primeira época fez 11 golos, com a sua equipa a terminar como vice-líder e a apenas dois pontos do título; já em 2021/22, uma lesão fê-lo perder grande parte da pré-temporada e início da competição e viria a encontrar dificuldades para apanhar o comboio em andamento, somando 3 golos e 9 assistências na época que terminou em festa com a tão desejada conquista do campeonato luxemburguês.

Os números menos brilhantes podiam dar a entender uma perda de estatuto nas opções de Fangueiro, mas aconteceu precisamente o oposto – pelo menos a julgar pelo primeiro jogo oficial do Dudelange na temporada: o avançado algarvio de 27 anos surgiu como titular na ficha de jogo ante o Tirana e seria precisamente o luso-marroquino a fazer o único tento da partida, num cabeceamento mortífero que não deu quaisquer hipóteses ao guardião adversário. A segunda mão da eliminatória está agendada para o próximo dia 12 na capital da Albânia mas, aconteça o que acontecer, uma coisa está mais que certa: em 2022/23, Mohcine Hassan foi o primeiro português a festejar um golo em nome próprio no patamar mais alto do futebol europeu.

Pinhalnovense: uma história que não se apaga

pinhalnovo(Último onze oficial do Pinhalnovense: a 21 de Dezembro, o clube ainda defrontou o Olhanense, mas o jogo viria a ser posteriormente anulado.)

Duas faltas de comparência consecutivas na Série F do Campeonato de Portugal desta temporada, ditaram a desclassificação do Pinhalnovense, que até falhar o primeiro jogo, ocupava o quarto lugar com dezanove pontos, fruto de cinco vitórias, quatro empates e uma derrota em dez jogos.
Tal aconteceu em Janeiro e foi uma natural consequência dos problemas que afetaram os azuis e brancos desde o início da época: os responsáveis da SAD abandonaram o projeto a poucos dias do início da prova, plantel e equipa técnica nunca receberam um cêntimo, e a direção do clube não tinha como suportar tantos encargos.
Assim, o Pinhalnovense acabou excluído do quarto escalão, terminando de forma inglória a bonita prestação que tinha nos Campeonatos Nacionais há mais de vinte anos: o emblema pertencente ao concelho de Palmela era um dos clubes que estava há mais tempo sem descer; lançou vários jogadores e até treinadores para a I Liga; e atingiu os Quartos-de-Final da Taça de Portugal por duas vezes.
Fundado em 1948, o Clube Desportivo Pinhalnovense estreou-se nos Nacionais em 87/88, então na III Divisão, mas só a partir de 99/00 é que se conseguiu consolidar: nesse ano, mais do que se segurar na extinta III Divisão pela primeira vez, começou a lançar as bases para o que viria a alcançar apenas três anos depois – a subida à II Divisão B.
Durante dezoito anos (2003 – 2021), a formação do Pinhal Novo competiu ininterruptamente no terceiro escalão do futebol nacional, sob os mais variados modelos e designações – II Divisão B, II Divisão, Campeonato Nacional de Seniores e Campeonato de Portugal -, tendo ficado perto de chegar à II Liga por mais do que uma vez.
Em 04/05, os comandados de Paco Fortes terminaram a Zona Sul da II Divisão B no segundo lugar a apenas um ponto do Barreirense que foi Campeão; e duas épocas depois, o Pinhalnovense fechou a Série D da II Divisão no terceiro posto com menos dois pontos que o Olivais e Moscavide, equipa que se apurou para o Play-Off de subida.
A temporada 04/05 estava destinada a ficar na história do clube: além do brilharete na IIB, o Pinhalnovense foi ultrapassando eliminatórias na Taça e só parou nos Oitavos-de-Final, derrotado em casa pelo Belenenses (1-2). Duas épocas depois, deu-se nova chegada aos Oitavos, agora com o prazer especial de receber um “grande”: Sporting – no mítico Estádio Alfredo da Silva, os leões golearam a turma de Rui Nascimento por 6-0.
Não seria preciso esperar muito tempo para o Pinhalnovense brilhar novamente na Taça e em dose dupla: em 09/10 e 10/11, sempre com um tal de Paulo Fonseca a treinador, os palmelenses chegaram aos Quartos-de-Final. No primeiro ano, o “sonho” terminou na receção à Naval (1-3); e no segundo, o conjunto de Pinhal Novo vendeu cara a derrota no Dragão perante o FC Porto, perdendo por 0-2 com os golos a surgirem já na parte final do encontro.
Tendo em conta que esta foi uma descida administrativa e não dentro de campo, importa referir que a última vez que o Pinhalnovense desceu efetivamente foi em… 1988: na época de estreia na III Divisão Nacional, o clube azul e branco não conseguiu a permanência, mas depois disso não voltou a ser despromovido, estabelecendo, pelo meio, a já referida marca de mais de vinte anos consecutivos a jogar em Campeonatos Nacionais.
Na próxima época, o CD Pinhalnovense estará, ao que tudo indica, a disputar a II Divisão Distrital da AF Setúbal, com os olhos postos em voltar rapidamente ao patamar que é seu por mérito próprio.

Aylton Boa Morte: o primeiro carimbo na ficha dos marcadores nas Arábias

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Aylton Boa Morte, avançado que recentemente se mudou para o Khorfakkan, dos Emirados Árabes Unidos, é o destaque desta semana na rubrica/parceria entre a nossa página e a página À bola pelo Mundo:

Tozé, cria do Porto e antiga esperança do futebol nacional, é o português com mais obra feita nos Emirados Árabes Unidos – são já 28 golos em 85 jogos desde que, no verão de 2019, deixou o Vitória Sport Clube para embarcar na primeira aventura da carreira fora de Portugal. Não foi, porém, o médio natural de Esposende a brilhar no embate da última jornada entre o seu Al Nasr e o Khorfakkan: esse papel coube a Aylton Boa Morte, que ao quarto jogo pela nova equipa fez a melhor exibição na ainda curta história nas Arábias.

Tal como Tozé, também Aylton (que não tem qualquer relação familiar com o antigo internacional Luís Boa Morte, ao contrário do que muitas vezes é erradamente veiculado) está a ter nos Emirados Árabes Unidos a primeira experiência no estrangeiro. Aos 28 anos, e depois de três épocas a destacar-se ao serviço do Portimonense, o extremo nascido em Almada decidiu partir à descoberta de uma nova realidade e assinou pelo Khorfakkan, emblema que habitualmente luta pela permanência no campeonato local – tal como está a acontecer esta época: era 11º quando o atleta português lá chegou, com 7 pontos de vantagem sobre a zona de despromoção, e passadas cinco jornadas continua na mesma posição mas com mais um ponto de diferença.

A primeira grande demonstração da qualidade de Aylton Boa Morte chegou então, como já se disse anteriormente, no seu quarto jogo em terras árabes. De forma absolutamente surpreendente, o Khorfakkan derrotou o Al Nasr, habitual candidato aos primeiros lugares da tabela, por concludentes 4-0 e o extremo almadense esteve em três dos tentos: participou na construção do primeiro, fez ele mesmo o segundo, numa prova de astúcia e instinto matador (percebeu que o guarda-redes não tinha a bola completamente dominada e conseguiu tocá-la para a baliza deserta), e ainda viria a assistir para o quarto num cruzamento perfeito da direita do ataque.

O contrato assinado com o conjunto dos Emirados Árabes Unidos foi de ano e meio, pelo que estes primeiros seis meses serão sempre de adaptação a esta nova realidade, tendo em vista a explosão definitiva na próxima temporada. O Khorfakkan é o nono clube da carreira de Aylton Boa Morte enquanto sénior, sendo que o Portimonense foi mesmo a equipa onde o extremo passou mais tempo; com formação dividida entre Cova da Piedade, Amora e Beira-Mar de Almada, a estreia como sénior deu-se em 2012/13 no Pinhalnovense, na II Divisão – patamar onde representaria depois Joane, Ribeirão, Tirsense e Salgueiros.

Os 4 golos em 30 jogos ao serviço dos salgueiristas chamaram a atenção de emblemas com outras aspirações, e foi assim que na pré-temporada de 2017/18 surgiu a oficialização da sua contratação por parte do primodivisionário Estoril. Numa época muito complicada para os Canarinhos, Aylton acabaria por não dispor de muitas oportunidades para mostrar o seu valor (11 aparições, 5 das quais como titular) e em Janeiro aceitou ser cedido ao Cova da Piedade, somando 13 partidas na II Liga pelo emblema da sua terra natal.

Seria nesse escalão que se viria a destacar na primeira metade de 2018/19, com 25 jogos e 4 golos pelos estorilistas, convencendo os responsáveis do Portimonense a avançar para a sua contratação nas últimas horas do mercado de Janeiro. Seguiram-se então as 3 temporadas no Algarve com excelente aproveitamento (106 jogos e 20 golos, 8 dos quais apontados na primeira metade da época em curso), que acabaram por proporcionar a mudança para os Emirados Árabes – não houve confirmação oficial, mas de acordo com a imprensa especializada a transferência rendeu cerca de 500 mil euros aos cofres do conjunto do Barlavento algarvio.

São, portanto, fundadas as expectativas dos adeptos locais em relação ao atacante português. As aspirações do Khorfakkan, já se disse, são relativamente modestas e até por essa razão é crível que Aylton Boa Morte se venha rapidamente a tornar uma das estrelas da equipa – e, por que não, do próprio campeonato. Resta esperar que a adaptação decorra da forma mais célere possível para que se torne um hábito ver o nome do extremo luso nas fichas de marcadores (ou nos registos de assistências) da Liga onde pontificam ainda Rúben Canedo, Adrien e Fábio Martins (Al Wahda, actual vice-líder da prova).

Pinhalnovense: permanência em honra da história

pinhalnovo(A festa do Pinhalnovense. Créditos de imagem: facebook do CD Pinhalnovense – SAD.)

Sem descer de divisão desde 1988!, o Pinhalnovense garantiu a manutenção no Campeonato de Portugal apenas na derradeira jornada e fê-lo, como já se percebeu, em honra duma história que dura há já mais de trinta anos.
O emblema de Pinhal Novo, distrito de Setúbal, arrancou muito bem a temporada com três vitórias nos três primeiros jogos oficiais – dois na Taça e um no campeonato -, foi fazendo um trajeto dentro da normalidade durante a época, mas teve uma quebra de resultados na ponta final que poderia ter sido fatal – quatro derrotas e um empate nos últimos cinco jogos.
Na fase decisiva, os azuis e brancos “puxaram dos galões” e venceram as duas partidas que lhes restavam, diante de Olhanense (1-0) e Moura (6-2), triunfos que lhes deram a permanência nos Nacionais e que valeu, inclusive, um registo curioso: foi a única vez na temporada que o Pinhalnovense venceu dois jogos seguidos no campeonato.
A goleada imposta ao Moura na última jornada, além da manutenção, podia até ter valido a chegada à fase de acesso à Liga 3: é que face à conjugação de resultados que houve na 22ª ronda da Série H, o Pinhalnovense “saltou” do nono para o sexto lugar e acabou com os mesmos pontos do quinto, Moncarapachense, com quem não tinha vantagem no confronto direto.
Como já se percebeu, a turma orientada por Ricardo Estrelado finalizou a Série H na sexta posição com 25 pontos, resultantes de sete vitórias, quatro empates e nove derrotas em vinte jogos, e com um saldo de vinte e seis golos marcados e trinta sofridos.
Nos Campeonatos Nacionais desde 1999, o Pinhalnovense subiu em 2003 à II Divisão B e nunca mais baixou de patamar, mantendo-se, portanto, há dezoito anos no terceiro escalão do futebol português e com o tal registo citado no início do texto: a última vez que o clube desceu de divisão foi na época 87/88, quando caiu da III Divisão aos Distritais. Notável.