(Ao serviço do Mêda pela sexta temporada consecutiva, Valter esteve em todos os trinta e cinco jogos que a equipa disputou em 2018/2019.)
Campeão Distrital da AF Guarda na temporada anterior, o Mêda marcou, esta época, a sua terceira presença nos Campeonatos Nacionais, primeira no Campeonato de Portugal – antes tinha tido duas participações na exinta III Divisão.
Integrado na Série B, o emblema medense não conseguiu vencer nenhum jogo e não foi além da última posição na tabela, somente com dois pontos.
O blog falou com Valter, guarda-redes do Mêda, que começou por falar das dificuldades que o clube teve antes e durante o campeonato:
“Tudo começou ainda antes de começar o campeonato, porque houve uma indecisão da direção se ia ou não para o CNS, e isso fez com que o mister Rogério não conseguisse o plantel que planeou, faltando jogadores com experiência neste campeonato. A logística também não é fácil para um clube que não estava habituado a estas coisas e que a cada quinze dias, tinha que fazer duzentos ou mais kilómetros, mais as duas saídas que tivemos à Madeira”, disse.
Dois empates e trinta e duas derrotas, vinte e um golos marcados e noventa e nove sofridos, foram estes os números do Mêda em trinta e quatro partidas na Série B do Campeonato de Portugal.
Os jogos em casa, contra Coimbrões e Cesarense, foram os que “renderam” pontos, havendo, em ambos, a particularidade da formação medense ter estado em vantagem quase até ao fim: o Coimbrões empatou aos 90′; o Cesarense aos 82′.
Valter afirma que dois pontos é muito pouco e sublinha que a equipa até fez bons jogos e foi superior a alguns adversários, mas a eficácia e a sorte não estiveram do lado do Mêda:
“É verdade que dois pontos é muito pouco, e é algo que me deixou muito triste. Em alguns jogos tivemos bem, jogamos até melhor que o adversário, mas faltou sempre alguma coisa, fosse eficácia, sorte, etc. No jogo em que tivemos mais perto da vitória, contra o Cesarense, em casa, estávamos a ganhar 3-1 a poucos minutos do fim e, nesse momento, precisávamos de jogadores com experiência e lembro-me que só tínhamos júniores no banco, e acabamos por nos deixar empatar 3-3”, afirmou, garantindo que esta época serviu de aprendizagem para todos os que passaram pelo clube:
“Esta época foi de muita aprendizagem, para todos nós, desde direção, passando pelos treinadores e pelos jogadores. Eu cheguei a dizer que aprendi mais esta época do que em cinco épocas no Distrital. Tenho a certeza que, para alguns jogadores, esta época foi o ponto de começo para uma boa carreira no futebol profissional”, assegurou.
Na Taça de Portugal, a participação do Mêda durou apenas uma eliminatória, sendo derrotado pelo Cesarense, fora de portas, por uma bola a zero.
Sobre os momentos mais marcantes da temporada, Valter destaca a união e amizade existente no plantel, que tinha, como jogador mais conhecido, o extremo Pimenta, formado no Sporting, e que além de ter jogado na I Liga, esteve muitos anos na II Liga:
“O melhor momento, para mim, foi ver o grupo sempre motivado, apesar de domingo após domingo, os resultados serem negativos. Tínhamos uma união de grupo boa, e uma amizade grande entre nós. O pior da época foi, sem dúvida, a pontuação que fizemos”, destacou.
Titularíssimo na baliza do Mêda, Valter esteve em todos os trinta e cinco jogos oficiais que a equipa disputou: trinta e quatro no CNS e um na Taça de Portugal.
Em relação à próxima temporada, o guardião conta que ainda não sabe onde vai jogar, mas assegura que não será no Campeonato de Portugal:
“Para a próxima época, ainda não sei onde vou jogar, mas uma certeza tenho: no CNS não será. Adorei a experiência, mas para uma pessoa que trabalha como jardineiro e ainda tem que treinar ao final do dia, e passar mais de doze horas aos domingos fora de casa, é um desgaste físico muito grande”, terminou.
Atualmente com 33 anos, Valter foi formado no Foz Côa, clube onde atuou dez temporadas na formação. Como sénior, só conheceu três clubes: Foz Côa (2004 – 2007 e 2008 – 2013); Ginásio Figueirense (2007-2008) e Mêda (2013 – 2019).
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