João Pazinho: “Houve uma mudança de mentalidade na segunda volta”

Pazinho(João Pazinho foi o melhor marcador do Vasco da Gama da Vidigueira no campeonato, ao apontar treze golos em trinta e três jogos na Série D do CNS.)

Com apenas uma presença nos Campeonatos Nacionais na sua história – na extinta III Divisão em 2012/2013 -, o Vasco da Gama da Vidigueira, Campeão Distrital da AF Beja na temporada anterior, estreou-se, esta época, no Campeonato de Portugal e por pouco não conseguiu protagonizar uma espectacular recuperação.
Os alentejanos não tiveram um bom início de campeonato, na Série D, com apenas uma vitória em dez jogos, mas, na segunda volta, entraram “nos eixos” e ficaram perto de conseguirem alcançar a manutenção.
O blog chegou à fala com João Pazinho, extremo e melhor marcador da equipa, que começou por explicar o que influenciou o mau arranque de temporada:
“Penso que existiram vários factores que influenciaram esse arranque menos desejado. Nós vínhamos de um campeonato Distrital pouco competitivo, com níveis de intensidade muito inferiores ao CNS. Depois, talvez 80% do plantel trabalhasse, incluindo os treinadores, ou seja, fazíamos quatro treinos por semana (quando conseguíamos), sempre às 19h. Competíamos contra equipas praticamente profissionais, com SAD’s, onde os jogadores apenas se têm de preocupar a jogar futebol, pois é ‘a profissão deles’, e, para nós, é apenas o nosso hobby”, contou.
Olhando para aquilo que foi o calendário da turma da Vidigueira, claramente que existiu uma grande melhoria da primeira para a segunda volta: dos 33 pontos que o Vasco somou em todo o campeonato, vinte e um deles foram na segunda metade do campeonato.
Na primeira volta, a formação alentejana amealhou apenas doze pontos, onde se destacam os empates conseguidos com equipas do topo da tabela: Oriental (1-1), Amora (1-1) e Praiense (0-0).
João Pazinho sublinha que a equipa precisava de tempo para se adaptar à nova realidade, enquanto que, na segunda volta, além da mudança de mentalidade que houve, o calendário era-lhes mais favorável:
“Penso que precisávamos de uma primeira volta para nos adaptarmos a este nível de competitividade. Na segunda volta, o calendário era mais favorável, e mudámos mentalidades que coincidem com a entrada do novo treinador”, frisou.
Após a 15ª Jornada, a direção do clube optou por uma mudança de treinador, que rapidamente começou a surtir efeitos, como prova a série de cinco jogos consecutivos sem perder que a equipa teve, onde somou três vitórias e dois empates, entre a 19ª e a 23ª Jornada.
De seguida, entre as Jornadas 25 e 29 seguiram-se mais três triunfos, contudo, na reta final, os alentejanos conseguiram apenas um empate em cinco jogos, confirmando a despromoção.
João Pazinho destaca a mudança de mentalidade do plantel na segunda volta, que, segundo o extremo, começou a olhar para os jogos de maneira diferente e a querer ganhar, mas a distância pontual existente, impediu a equipa de alcançar o que queria:
“Como todos sabem, o mister Hugo Relíquias é vendedor, faz do futebol um hobby, tal como muitos de nós, enquanto que o mister João Daniel Rico ambiciona ser profissional de futebol, formou-se a pensar nisso. É normal ter mais métodos, mais motivação, preparar melhor os treinos e os jogos. Mas, para mim, o que fez essa mudança na segunda volta, foi a mentalidade dos jogadores. Começamos a olhar para o jogo de maneira diferente, a querer ganhar ainda mais e permanecer no campeonato. Mas já era muito complicado, tínhamos muitos pontos pela frente e a equipa que estava mais próxima de nós era o Louletano, que, no início da época, talvez fosse apontado à subida. Ainda conseguimos estar um jogo ou dois na zona de manutenção, à frente deles, mas não nos aguentamos, por mérito deles também”, afirmou.
Décimo quarto classificado da Série D, com 33 pontos, o Vasco da Gama venceu nove, empatou seis e perdeu dezanove dos trinta e quatro encontros que realizou, tendo marcado trinta e sete golos e sofrido sessenta e um.
Na Taça de Portugal, depois de eliminar o União de Santiago (2-1), dos Distritais, na primeira eliminatória, com recurso a prolongamento, a equipa da Vidigueira foi derrotada na segunda ronda, em sua casa, pelo Estoril, que venceu por uma bola a zero.
Desafiado a eleger os momentos mais marcantes da temporada, Pazinho destaca a série de cinco jogos sem perder, na segunda volta, como o melhor momento de 2018/2019:
“Claramente que o pior momento da época foi a primeira volta que fizemos, e o melhor foi, sem dúvida, a fase em que estivemos cinco jogos seguidos sem perder”, elegeu.
Melhor marcador da sua equipa, com treze golos em trinta e três jogos no campeonato, João Pazinho fez, ainda, dois jogos para a Taça de Portugal.
O jogador, de 27 anos, conta que, na próxima época, deverá continuar ao serviço do Vasco da Gama, referindo que, atualmente, pensa mais na sua carreira profissional do que na de futebolista:
“Provavelmente, em 2019/2020, vou ficar pela Vidigueira. Tenho 27 anos e já penso mais na minha carreira profissional do que na de jogador de futebol. Ambições tive até aos juniores, mas depressa me apercebi que o futebol é um ‘mundo cão’ e um mundo de interesses”, terminou.
João Gonçalves, conhecido por Pazinho, começou a jogar com nove anos nas escolinhas do Cuba, onde se manteve até aos Juvenis. Nos Juniores, mudou-se para o Despertar, onde terminou a formação e subiu a sénior. Como sénior, além do Despertar, já representou Castrense e Aljustrelense, tendo chegado ao Vasco em 2016.

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