Tiago Carneiro: “Não fizemos um campeonato de acordo com a qualidade que tínhamos”

65526980_471402326959373_4724246180563779584_n(Tiago Carneiro representou o Taipas nas duas últimas temporadas, tendo feito vinte e seis jogos e três golos na Série A do Campeonato de Portugal.) 

Convidado a participar no Campeonato de Portugal à “última da hora”, o Taipas não conseguiu a manutenção na Série A, terminando na décima sexta posição.
O clube vimaranense até arrancou bem o campeonato, com uma vitória de 3-0 sobre o Vilaverdense, mas depois não conseguiu dar seguimento, acabando, muito cedo, por ficar praticamente “condenado” à despromoção.
Tiago Carneiro, médio ofensivo e o jogador mais experiente da equipa, esteve à conversa com o blog e começou por falar das dificuldades que marcaram o arranque de temporada do Taipas:
“Não considero que tenhamos tido um arranque tão mau quanto se diz, dentro daquilo que foi um arranque muito atípico, tanto devido à comunicação tardia da FPF em relação ao campeonato que iríamos disputar, como pela própria estruturação do plantel. Plantel esse, na minha opinião, mal estruturado, dado ao pouco tempo que tiveram para o fazer e com um orçamento reduzido para o Campeonato de Portugal. Apesar de tudo isso, creio que não tivemos um mau arranque, porque tivemos vitórias, incluindo para a Taça de Portugal, e depois as paragens não nos foram benéficas”, disse.
Numa época em que teve três treinadores, o Caçadores das Taipas começou com António Carvalho ao leme, que seria substituído ao fim de nove jornadas, quando somava sete pontos. Basílio Marques foi quem o substituiu, e foi o técnico que teve a melhor série da época, com três vitórias consecutivas – uma sobre o Gil Vicente – e quatro jogos sem perder, mas daria o lugar a José Augusto, quando os verde e brancos ainda tinham sete jogos para disputar.
Apesar do excelente início de segunda volta, o Taipas não conseguiu vencer nenhum dos últimos catorze jogos que realizou no campeonato, somando apenas dois empates até ao final da prova, que ditaram a antepenúltima posição na tabela classificativa.
Tiago Carneiro sublinha que a vinda de Basílio Marques mexeu com o plantel mas os resultados não apareceram, salientando que a equipa não fez uma temporada de acordo com aquilo que eram as suas capacidades e qualidades:
“Como se sabe, no futebol, quando algo não está bem, as direções decidem pela mudança de treinador. A vinda do mister Basílio, teve um impacto grande no plantel, mas pecou por tardia a vinda dos resultados. Perdemos pontos em situações que não os devíamos perder, pois estivemos sempre em situações benéficas nesses jogos. Houve uma estruturação no plantel, já na virada do campeonato, e não terá sido a melhor, pois não conseguimos sair da situação precária em que nos encontrávamos. Isso não acontecendo, houve nova mudança, e todas estas circunstâncias não foram boas para nós, grupo de trabalho, que, acredito, não fez um campeonato de acordo com as qualidades demonstradas em fases anteriores do campeonato. Creio que isto é um sentimento geral dentro do clube”, afirmou.
Para a história, neste ano de regresso do Taipas aos campeonatos nacionais e ao terceiro escalão, ficam os dezoito pontos registados em trinta e duas jornadas válidas, resultantes de quatro vitórias, seis empates e vinte e duas derrotas, nas quais a equipa minhota fez vinte e sete golos e sofreu sessenta e quatro.
No que diz respeito à Taça de Portugal, o Taipas começou por vencer o Vilaverdense, fora de portas, por 3-2, e perdeu na segunda eliminatória, em sua casa, com o Arouca, da II Liga, por uma bola a zero.
A partida diante dos arouquenses, para a Taça, é precisamente o ponto alto da temporada aos olhos de Tiago Carneiro, que destaca o estádio cheio e a exibição realizada pela sua equipa:
“O melhor momento classifico o jogo para a Taça de Portugal, contra o Arouca: o estádio estava cheio, fizemos uma excelente exibição, e acabámos por perder o jogo num pormenor de uma bola parada. O pior momento terá sido a pesada derrota em Fafe, por 0-7, na 30ª Jornada. Éramos, até a esse jogo, se não me engano, a sétima ou oitava melhor defesa do campeonato e foi o descalabro a partir desse momento”, destacou.
Tiago Carneiro, que atuou na I Liga ao serviço do Rio Ave, e teve várias passagens pela II Liga, sendo que, numa delas, ajudou o Moreirense a subir ao primeiro escalão, alinhou em vinte e seis jogos no campeonato, tendo feito três golos, aos quais juntou mais dois jogos e dois golos na Taça de Portugal.
Em relação à próxima temporada, o atleta conta que não continuará no Taipas, e confessa a sua ambição em abraçar a carreira de treinador:
“Sobre a próxima época, não serei jogador do Taipas, chegando assim ao fim mais um ciclo no futebol. Vivi a glória e o fracasso num clube que me ficará para sempre no coração, mas está na hora de seguirmos cada um o seu caminho. Quanto ao meu futuro, graças a Deus, tenho ainda tido algumas chamadas por parte de clubes com bons projetos para continuar a jogar, mas, com 35 anos, tenho que escolher bem o meu futuro, seja por dentro ou por fora do terreno de jogo, até porque tenho o primeiro nível do curso de treinador, mas sei a dificuldade que é ‘começar’. Não faço disso uma obsessão, mas gostava de ter essa experiência, pois acho que tenho boas ideias e adorava passá-las aos outros. Mas, com certeza, continuarei ligado ao jogo, pois serei sempre um eterno apaixonado por “ele”, seja a jogar ou não”, concluiu.
Tiago Carneiro, de 35 anos, começou o seu trajeto nos Infantis do Sp. Braga, com onze anos, tendo-se mantido nos arsenalistas até aos Juniores, altura em que se mudou para o Gil Vicente, onde terminou a formação. Como sénior, já representou Joane, Rio Ave, Marco, Maia, Olympiakos Nicósia (Chipre), Merelinense, APOP (Chipre), Louletano, Amares, Varzim, Moreirense, Tondela, Felgueiras, Vilaverdense e Maria da Fonte, antes de chegar ao Taipas na temporada anterior.

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